Uma investigação apontou que um sítio na zona rural de Caieiras, região metropolitana de São Paulo, era uma “casa bomba”, como são conhecidos os locais usados para o preparo de drogas para venda. Mas nenhuma droga foi encontrada em um primeiro momento. Parecia um bote errado da polícia.
Até que os investigadores perceberam um piso diferente dos outros no imóvel e resolveram quebrar o chão.
A suspeita estava certa. Era uma tampa. E o que parecia ser apenas um pequeno compartimento secreto subterrâneo era, na realidade, um bunker.
Para entrar, era necessário usar uma escada. Lá dentro, muita droga.
Um casal que estava no sítio foi preso por tráfico de drogas. Os dois são moradores do imóvel, e viviam ali para dar uma aparência de normalidade ao imóvel.
A investigação foi do 4º DP de Guarulhos. Os investigadores seguiram o rastro da cocaína que chega aos pontos de vendas de drogas da cidade. A apuração levou até Caieiras e à casa bomba, possivelmente ligada ao crime organizado.
Dessa região, toda cocaína comercializada passa necessariamente pelo PCC (Primeiro Comando da Capital).
“(A investigação) chegou até um sítio localizado na municipalidade de Caieiras. Um sítio no qual havia dois bunkers, ou seja, dois esconderijos onde narcotraficantes escondiam e refinavam drogas, as mais variadas”, descreveu o delegado João Batista Blasi.
Nos esconderijos havia muita munição, balança, cocaína e produtos que são misturados à droga. Havia também maconha, skunk, haxixe e duas variedades de crack.
Os policiais também encontraram ventosas que eram usadas para abrir o esconderijo. O piso era rejuntado para não chamar atenção.
“Rompemos com um pé de cabra o piso revestido, mas eles não faziam dessa forma. Eles se valiam disso (ventosas) e mantinham assim o piso íntegro, para poderem recorrentemente colocar e retirar drogas do local. É um método realmente inovador utilizado por esses traficantes”, explicou o delegado.
A Polícia Civil usou um drone para monitorar a atividade criminosa. A investigação segue a partir de anotações encontradas em cadernos, onde estava a contabilidade da organização criminosa.