Duas facções que ganharam status de máfia. O Primeiro Comando da Capital, o PCC, de São Paulo, e o Comando Vermelho, do Rio. Em comum assassinatos e disputas por poder e, principalmente, o controle do tráfico internacional de drogas, para garantir lucros bilionários.
No dia 29 de agosto de 1993 surgiu em um presídio do Vale do Paraíba, interior de São Paulo, o PCC. Algo até para se questionar: como um time de futebol na cadeia pôde crescer ao ponto de atacar o Estado e a sociedade de uma forma tão agressiva?
Erros de autoridades que custaram caro, que nem sequer era permitido falar o nome da sigla: PCC. Hoje, é a 8º maior máfia do mundo.
A primeira demonstração de poder do partido do crime foi em 2001, com a mega rebelião que atingiu 28 unidades prisionais do estado. Em 2003, o juiz Machadinho, corregedor da região de Presidente Prudente foi assassinado. Em 2006, o crime resolveu enfrentar o estado.
Com código e estatuto, toda a organização foi criada de dentro de presídios paulistas.
Os fundadores do PCC tinham a visão de bater de frente com o Estado, mostrar poder com explosões, mortes de policiais e atentados.
No início dos anos 2000 um ladrão de banco foi preso e se tornou conhecido por pensar a estrutura da facção de forma diferente. Ao invés do confronto com o Estado por meio de atentados, apostou no tráfico de drogas e, há alguns anos na lavagem de dinheiro. Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. Rapidamente ganhou status, poder e se tornou o principal líder do PCC.
Condenado a mais de 350 anos de prisão, de dentro do presídio de segurança máxima, a Polícia Federal descobriu um plano que teria partido de Marcola para matar e sequestrar agentes públicos com o objetivo de fugir da cadeia. Em códigos, as conversas foram registradas.
Uma conversa com o advogado também chamou a atenção das autoridades e foi interpretada como o líder do PCC estivesse repassando orientações a ele.
Em uma conversa com a esposa no presídio de Brasília, Marcola chegou a admitir que consegue saber "das coisas" que acontecem fora da cadeia.
Segundo a Polícia Federal, planos já foram descobertos e códigos decifrados que são passados não só por Marcola, mas por outras lideranças do crime organizado. Inclusive com membros dos chamados 'sintonia dos gravatas'.
Advogados que tem acesso aos presídios para conversar com os clientes, mas em alguns poucos casos podem ser usados como mensageiros para bandidos que estão do lado de fora dos presídios.
Mesmo preso há mais de 20 anos, Fernandinho Beira-Mar é o líder máximo da facção carioca. Uma gravação mostra Beira-Mar conversando com um homem que teria se envolvido com uma das namoradas dele. Por telefone, Beira Mar teria ordenado o assassinato.
O Comando Vermelho tem mais de 40 anos de existência, começou com a convivência de presos em presídios cariocas, principalmente, ladrões de banco.
A disputa por territórios motivou a criação da facção criminosa e hoje é considerada a segunda maior do país. Ao contrário dos paulistas, que garantem soberania no Estado, no Rio, os confrontos entre criminosos de diversas facções são frequentes.
Assim como Marcola, Beira-Mar já tentou algumas vezes fugir da prisão, mas até agora sem sucesso. O carioca fez alianças com criminosos dissidentes da antiga FARC, Forças Revolucionárias Colombianas e entendeu como eles agiam por lá e até tentou implementar o terror nas ruas, com tentativas de atentado e explosões.