A polícia civil de São Paulo identificou e divulgou, nesta terça-feira (19) o primeiro autor da execução de Vinícius Gritzbach. Segundo a investigação, Kaue do Amaral Coelho, de 29 anos, agiu como uma espécie de olheiro da quadrilha dentro do Aeroporto de Guarulhos.
O suspeito teria avisado os assassinos sobre a chegada de Gritzbach à Cumbica. A identidade do olheiro foi repassada durante uma entrevista coletiva na Secretaria de Segurança Pública. A polícia civil esteve em dois endereços do suspeito na zona oeste da capital paulista, mas ele segue foragido.
A SSP oferece uma recompensa de R$ 50 mil a quem informar, com precisão, o paradeiro de Kaue. De acordo com Guilherme Derrite, o acusado, que teve a prisão temporária decretada por 30 dias, é integrante do PCC e foi preso por tráfico de drogas em 2022.
Com um celular nas mãos, Kaue passou aos atiradores os últimos passos de Gritzbach, desde o desembarque até o empresário sair do terminal 2, em direção ao estacionamento, onde ele foi executado.
De acordo com a polícia civil, essas informações permitiram a ação sincronizada da quadrilha para que os ocupantes do veículo abordassem Vinícius e passassem a atirar, sem dar chances de defesa ao empresário delator do PCC.
Ainda de acordo com a investigação, o olheiro da quadrilha chegou ao aeroporto uma hora antes do desembarque de Gritzbach e passou o tempo todo ao celular trocando informações com os assassinos.
A participação de policiais na execução faz parte da investigação. Por isso, os agentes, que faziam a escolta de Vinícius naquela tarde, tiveram os celulares apreendidos. A Justiça autorizou a quebra do sigilo telefônico de todos os suspeitos.
Agora, a investigação quer saber com quem o olheiro conversava ao telefone enquanto esperava o desembarque de Gritzbach, que voltava de Maceió na companhia da namorada e dois seguranças.
As perícias feitas no local da execução, no automóvel usado na ação dentro do aeroporto e nas armas usadas no crime estão ajudando na identificação dos assassinos. Alguns fragmentos de digitais podem apontar quem eram os ocupantes do veículo da quadrilha.
A polícia também coletou o material genético que será usado em um confronto de DNA a partir da prisão de suspeitos.
Na coletiva, o secretário disse que policiais civis delatados por Gritzbach e militares que faziam a sua escolta continuam afastados. Entre eles, há um investigador, dono de uma empresa se segurança, que prestava serviços a Gritzbach.