O envolvimento de criminosos ligados ao PCC com o futebol e grandes clubes, como o Corinthians, foi divulgada por Rafael Maeda, o 'Japa do PCC'. A revelação foi feita em depoimento ao Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado, o GAECO do Ministério Público de São Paulo, no ano passado.
Maeda foi encontrado morto em maio do mesmo ano, em um carro. Ele era investigado pela morte de dois megatraficantes do Tatuapé, o 'Cara Preta' e o 'Sem Sangue'. Segundo a polícia, o crime foi encomendado por Vinícius Gritzbach, que teria dívida de R$ 40 milhões com o PCC.
No depoimento da época, o 'Japa' teria dito que integrantes do PCC agenciavam atletas profissionais e participavam de negociações e contratos com os grandes clubes do futebol brasileiro. Entre os jogadores agenciados por 'Japa' estão duas revelações do Corinthians, que não estão mais no clube paulista.
Na investigação, os promotores do GAECO descobriram que Rafael Maeda tinha um livre acesso ao parque São Jorge e mantinha contato com dirigentes do Timão e jogadores. Ao quebrarem o sigilo telefônico do 'Japa do PCC', os promotores descobriram uma troca de mensagens por aplicativo de celular, onde Maeda fala de contratações, contratos e transferências bancárias.
O GAECO investiga se a contratação de atletas da base em 2021 e contratados pelo Corinthians e depois negociados pelo clube foram adquiridos com dinheiro ilícito do PCC. O Corinthians diz que se mostra surpreso com a investigação e se põe a disposição das autoridades que apuram uma possível participação do PCC nos negócios do clube paulista.