PCC: Jogadores dos principais clubes de SP são vítimas de empresários ligados ao crime

Os atletas citados na reportagem não são investigados

Lucas Martins

PCC pode fazer novos ataques como em 2006?
Reprodução/TV Brasil

Os principais times de São Paulo estão na mira do PCC. De acordo com a investigação dos promotores do GAECO, ao menos três empresas constituídas para agenciar jogadores de futebol têm alguma participação de supostos empresários ligados à máfia das drogas. 

O objetivo dos criminosos é lavar dinheiro, ainda com a possibilidade de multiplicar a fortuna conseguida através do tráfico internacional de drogas e também o comércio de entorpecentes dentro do Brasil. 

Segundo as investigações, jogadores de ao menos três grandes clubes paulistas foram agenciados ou abordados por empresas com participação de integrantes do PCC: Corinthians, São Paulo e Palmeiras

Entre os jogadores que atuam ou atuaram no São Paulo e assinaram contrato com agências citadas na investigação, estão: Gabriel Sara, Felipe Negrucci e Caio Matheus. Os agentes chegaram a abordar Jean Pierre, Talles Couto e Patrick Lanza. 

O Brasil Urgente teve acesso à delação premiada do empresário Vinícius Gritzbach, em que diferentes documentos, envolvendo conversas em aplicativos de mensagens, demonstram a interação de integrantes do PCC com empresários. 

Esta mensagem aparece em um grupo de WhatsApp formado por sócios e colaboradores da FFP: “estamos finalizando os contratos com os jogadores do São Paulo e já encaminho aqui”. 

Do Corinthians, Du Queiroz e Igor Formiga assinaram contratos com os mesmos agentes. Nas conversas, um trecho chama a atenção dos promotores, que diz: “vamos pagar tudo em espécie e uma parte será em euro”. O texto refere-se às negociações com atletas do Morumbi e do Parque São Jorge. 

Em outra negociação com um atleta, que até então estava no Corinthians, o japa do PCC, Rafael Maeda, envia uma foto de um maço de dinheiro e diz: “Du Queiroz separado”. No mesmo grupo, os agentes citam atletas que foram abordados pelo grupo, alguns com projeção internacional, como Gustavo Scarpa, hoje no Atlético Mineiro, e Bremer, que estava no Torino e hoje atua na Juventus de Turim, na Itália. 

Os jogadores citados, mesmo aqueles que chegaram a assinar contrato com as agências citadas, não são investigados. Eles são tratados como vítimas pelo Ministério Público. Os integrantes do PCC se apresentavam como empresários do futebol e tinham livre acesso aos clubes e atletas. 

Entre os criminosos envolvidos com o esquema, além de japa do PCC, estão Anselmo Cara Preta e Claudio Django. Os três foram assassinados. 

Danilo Lima, o tripa, é citado na investigação e tem participação em ao menos duas outras agências de atletas. De acordo com o Gaeco, as agências se envolveram em negociações de jogadores com passagens pela Seleção Brasileira, como Éder Militão e Emercon Royal. Os dois também não são investigados. 

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