Os principais times de São Paulo estão na mira do PCC. De acordo com a investigação dos promotores do GAECO, ao menos três empresas constituídas para agenciar jogadores de futebol têm alguma participação de supostos empresários ligados à máfia das drogas.
O objetivo dos criminosos é lavar dinheiro, ainda com a possibilidade de multiplicar a fortuna conseguida através do tráfico internacional de drogas e também o comércio de entorpecentes dentro do Brasil.
Segundo as investigações, jogadores de ao menos três grandes clubes paulistas foram agenciados ou abordados por empresas com participação de integrantes do PCC: Corinthians, São Paulo e Palmeiras.
Entre os jogadores que atuam ou atuaram no São Paulo e assinaram contrato com agências citadas na investigação, estão: Gabriel Sara, Felipe Negrucci e Caio Matheus. Os agentes chegaram a abordar Jean Pierre, Talles Couto e Patrick Lanza.
O Brasil Urgente teve acesso à delação premiada do empresário Vinícius Gritzbach, em que diferentes documentos, envolvendo conversas em aplicativos de mensagens, demonstram a interação de integrantes do PCC com empresários.
Esta mensagem aparece em um grupo de WhatsApp formado por sócios e colaboradores da FFP: “estamos finalizando os contratos com os jogadores do São Paulo e já encaminho aqui”.
Do Corinthians, Du Queiroz e Igor Formiga assinaram contratos com os mesmos agentes. Nas conversas, um trecho chama a atenção dos promotores, que diz: “vamos pagar tudo em espécie e uma parte será em euro”. O texto refere-se às negociações com atletas do Morumbi e do Parque São Jorge.
Em outra negociação com um atleta, que até então estava no Corinthians, o japa do PCC, Rafael Maeda, envia uma foto de um maço de dinheiro e diz: “Du Queiroz separado”. No mesmo grupo, os agentes citam atletas que foram abordados pelo grupo, alguns com projeção internacional, como Gustavo Scarpa, hoje no Atlético Mineiro, e Bremer, que estava no Torino e hoje atua na Juventus de Turim, na Itália.
Os jogadores citados, mesmo aqueles que chegaram a assinar contrato com as agências citadas, não são investigados. Eles são tratados como vítimas pelo Ministério Público. Os integrantes do PCC se apresentavam como empresários do futebol e tinham livre acesso aos clubes e atletas.
Entre os criminosos envolvidos com o esquema, além de japa do PCC, estão Anselmo Cara Preta e Claudio Django. Os três foram assassinados.
Danilo Lima, o tripa, é citado na investigação e tem participação em ao menos duas outras agências de atletas. De acordo com o Gaeco, as agências se envolveram em negociações de jogadores com passagens pela Seleção Brasileira, como Éder Militão e Emercon Royal. Os dois também não são investigados.