PCC: estimativa de arrecadação anual da facção é mais de R$ 5 bilhões, segundo MP

Por trás de tudo, uma estrutura para dar nova cara a esse dinheiro sujo

Daniel Oliveira

Um bilhão de dólares. De acordo com o Ministério Público paulista, essa é a estimativa de arrecadação anual do primeiro comando da capital, o PCC. Essa fortuna vem do tráfico internacional de drogas e de outros crimes. Por trás de tudo, uma estrutura para dar nova cara a esse dinheiro sujo.

Quando o dinheiro chega ao brasil ele passa por empresas criadas pelo PCC em nome de laranjas para organizar as operações. Entre os negócios estão igrejas, empresas de transportes, postos de combustíveis e agora uma nova modalidade. A facção passa a contar, de acordo com as investigações, com bancos digitais. 

Neste ano a operação “Decúrio”, comandada pela DISE de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, desmontou um esquema comandado por parentes de Anderson Mazini, líder antigo do PCC.

O grupo chefiado pela esposa e pelo primo do criminoso gerenciava um banco digital que, além de lavar o dinheiro, financiava campanhas políticas. 32 pessoas são investigadas suspeitas de movimentarem mais de R$ 8 bilhões.

Os bancos gerenciados pelo PCC, de acordo com a polícia, funcionam como todos os outros. Oferecem oportunidade aos clientes como serviços de crédito, gestão financeira e pagamentos. Este formato se tornou interessante para o crime, por não precisar de uma grande estrutura física e o comando acaba sendo totalmente digital. 

Outros setores também são atrativos para a facção. O MP investiga o uso de dinheiro do PCC em gerenciamento de carreiras de artistas e jogadores de futebol em grandes clubes de São Paulo. As casas de apostas, famosas bets, também fazem parte desta engrenagem e ajudam a esquentar o dinheiro que vem do crime. Todo esse sistema para esquentar o dinheiro do crime, garante aos chefões do PCC uma vida regada ao luxo.

André de Oliveira Macedo ou André do Rap, um dos mais criminosos mais procurados pela polícia, é um dos exemplos da ostentação. O traficante foi preso em 2019 em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.

Só a lancha está avaliada em mais de R$ 6 milhões, o helicóptero mais de R$ 8 milhões. Tudo foi encontrado na mansão do criminoso, solto um ano depois após uma decisão do STF.

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