O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, o GAECO, aponta que integrantes do PCC estão envolvidos no comando de empresas de ônibus em São Paulo. A investigação aponta que líderes da facção compraram cotas de participação nas empresas, nascidas de cooperativas e eles teriam ameaçado associados.
O objetivo dos integrantes do PCC era de ficar com maior parte do faturamento. A investigação não deu detalhes da participação do último preso, dirigente da UpBus, mas outros empresários estão na mira do Ministério Público.
A prisão temporária de um dos donos da empresa é parte da operação Fim da Linha, deflagrada nesta terça-feira (16). A UpBus e a Transwolff são investigadas por lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e outros crimes cometidos pelo PCC.
Entenda o caso
A investigação começou há um ano no caso do esquema de lavagem de dinheiro por Anselmo Santa Fausta, o Cara Preta, um dos chefões do PCC. Ele foi morto no fim do ano passado, junto com Antônio Corona Neto, o Sem Sangue. A execução foi um capítulo da guerra interna pela liderança da fação.
Segundo o Denarc, Cara Preta chegou a fazer apostas na Mega Sena para lavar dinheiro. Além disso, o traficante usava laranjas para ocultar o dinheiro com a participação de várias empresas.
Para o promotor Lincoln Gakiya, que investiga o PCC, o dinheiro esquentado faz parte do patrimônio dos chefões, como Cara Preta, Django e Cebola, sócios ocultos da UpBus.
“Normalmente é o dinheiro que esses integrantes, por participarem da liderança, conseguiram auferir para si e inclusive prejuízo da própria facção. Eles estão roubando a facção, estão desviando dinheiro da facção e estão lavando em nome próprio.
A investigação aponta que a relação da UpBus com o crime organizado não é nova. A empresa é originária de uma cooperativa de transporte complementar. Foi na sede da empresa que Silvio Luiz Ferreira, o Cebola, acabou preso em 2012, com quase meia tonelada de maconha.
Por enquanto, a operação do Departamento de Narcóticos está focada na operação da UpBus, mas há a suspeita de digitais do PCC em outras empresas do transporte público.
Em 2017, os assassinatos do diretor de uma empresa de ônibus e do dono de um dos coletivos usados pela viação já tinha despertado a atenção da polícia. Thiago Celso Zanetti, diretor da Imperial Transportes, também da zona leste, foi morto quando chegava à garagem. Um mês depois, José Ediler de Oliveira, saía da empresa quando também foi morto a tiros.