Há quatro anos, a polícia procura por um dos maiores traficantes do país. No dia 10 de outubro de 2020, André Oliveira Macedo, o André do Rap, deixou o presídio de segurança máxima de Presidente Venceslau, pela porta da frente.
Foi uma determinação de Marco Aurélio Mello. O então ministro do STF entendeu que a prisão preventiva era ilegal, porque deveria ser reanalisada a cada 90 dias. Poucas horas depois, o ministro Luiz Fux reverteu a medida, considerando que ela violava a ordem pública. Mas já era tarde e André do Rap estava longe. Ele foi de carro até Maringá, no Paraná, e embarcou em um avião particular até o Paraguai.
Há suspeitas de que ele já tenha passado por Paraguai, Bolívia, Chile e também cidades brasileiras. Ao Brasil Urgente, o advogado de André do Rap diz que não tem contato com o próprio cliente há três anos e não confirma nem desmente informações que circularam meses atrás de que André do rap poderia estar morto.
Pedidos de habeas corpus para André do Rap já foram negados, e agora a defesa tenta no STJ um pedido para anular o processo. O argumento usado é que a polícia federal não teria respeitado os trâmites legais ao obter as provas que incriminam André do Rap. São mensagens interceptadas pela investigação.
Para a polícia, não há dúvidas de que André do Rap fez fortuna com o tráfico de drogas. O tamanho do patrimônio dele é estimado em R$ 500 milhões. Para os investigadores, o megatraficante é responsável pela logística da cocaína que embarca para a Europa, Ásia e África.
Segundo os investigadores, André sempre gostou de luxo e mordomia. Ele tinha duas casas em um condomínio em Angra dos Reis, no litoral fluminense. Foi em uma dessas casas que o megatraficante foi preso em 2019. Vários bens foram apreendidos durante a operação, entre eles um helicóptero avaliado em R$ 7 milhões que era para uso pessoal do traficante e uma lancha avaliada em R$ 6 milhões. No ano passado, os bens foram devolvidos. Uma decisão do STJ entendeu que a operação que o prendeu não incluía apreensão de bens.
Hoje, André do Rap figura entre os criminosos mais procurados do pais. Ele também está na lista da Interpol. Para a investigação, André também tem um papel muito importante na distribuição da maconha produzida no Paraguai. Autoridades paraguaias já o consideram o rei da maconha, sendo dono de fazendas em que a droga é plantada.
Nascido no Guarujá, litoral paulista, André foi preso nos anos 90 e cumpriu pena no Carandiru. Na cadeia, ele passou a compor músicas e, em liberdade, promoveu bailes na comunidade. No começo dos anos 2000, foi preso novamente e, dentro do presidio, foi batizado no PCC. Com muitos amigos estivadores, ele percebeu que, mais lucrativo do que vender cocaína, era transportá-la por meio do porto de santos mundo afora.
Aureo tupinambá, advogado de andré do rap - pergunto se ele vai reaparecer, e o advogado diz que sim quando o processo for anulado
André é acusado de tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e financiamento do narcotráfico. Ele já tinha sido condenado em primeira instância a 14 anos de prisão. Mas a pena foi reduzida na segunda instância a 10 anos.