Beto Vaz, pai de Vitória Gabrielly, contou ao Brasil Urgente nesta segunda-feira (8), data em que o julgamento do assassinato da menina foi reiniciado, que conversou por telefone com o pai de Henry Borel para trocarem experiências e “um conforto”.
“Hoje eu tive a oportunidade de conversar com o Leniel, pai do Henry, isso trouxe um conforto. Nossa luta está acabando, a dele está só começando", disse, fazendo referência ao início do julgamento da morte do garoto.
Vitória Gabrielly Guimarães Vaz desapareceu em 2018, quando tinha 12 anos, após sair para andar de patins. O corpo foi encontrado dias depois com sinais de agressão em um matagal em São Roque, interior de São Paulo.
Quatro pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no crime. Apontado como o executor, o servente de pedreiro Júlio César Lima Ergesse foi julgado e condenado a mais de 30 anos de prisão. Já o julgamento iniciado hoje no Fórum de São Roque (SP) diz respeito ao pedreiro Bruno Oliveira e à esposa Mayara Abrantes, suspeitos de terem sequestrado a menina.
O suspeito de ter sido mandante também aguarda julgamento.
Segundo a investigação, Vitória Gabrielly foi torturada e assassinada por engano por uma dívida de R$ 7 mil com drogas.
"Nós buscamos justiça, buscamos essa condenação. Não vai mudar nada em nossa vida, mas talvez traga um alento para que a gente possa, após 3 anos de vida parada, seguir adiante. Nossa vida esteve parada, as pessoas imaginam que você segue adiante, mas não. Como faz para trabalhar? Eu era vigilante, trabalhava com uma arma na cintura, depois não pude mais trabalhar, veio a dificuldade financeira... Existe todo um ‘depois’”, disse Beto.
“Nosso propósito está nas mãos de Deus. Sabemos o final dessa história, é triste, mas ainda assim temos que concluir (…). Falta o julgamento do mandante, mas pouco a pouco vamos vencendo esse desafio”, completou.
Beto lamentou, por fim, o fato de não ter sido autorizado a participar presencialmente do júri devido às medidas sanitárias de isolamento decorrentes da pandemia da covid-19.
“Nossa legislação é falha, quando mexem é para favorecer bandido. Colhemos os frutos disso todos os dias. Agora mesmo está tendo festas, shows, eventos, mas um pai que acompanhou desde o início isso tudo não pode ver [o júri] de dentro. A vergonha não é para mim, é para quem toma essas decisões."