O pai de Henry Borel, Leniel, se disse surpreso com a possibilidade de a morte do menino em março ter contado com a participação de Monique Medeiros, mãe da criança. As informações são do Brasil Urgente.
“Para mim foi uma surpresa o envolvimento da Monique nisso como mãe. Eu achava que ela não teria nenhum envolvimento no cenário do crime, mas não sabia até que ponto a Monique participou daquele momento”, disse Leniel.
Henry, de 4 anos, foi deixado pelo pai na casa da mãe em 7 de março. Horas depois, já na madrugada do dia 8, chegou morto a um hospital do Rio de Janeiro.
Monique foi presa na manhã desta quinta-feira (08). Além dela, o vereador Dr. Jairinho (Solidariedade), padrasto da criança, também foi para a prisão. Os dois estariam atrapalhando as investigações e tiveram a prisão temporária decretada por 30 dias.
Leniel afirmou que entregou o filho “bem” a Monique, e fez críticas ao comportamento de Jairinho após a morte da criança.
“Eu sei o que passei desde o momento em que chego no hospital aquele dia. De entregar meu filho bem e vejo meu filho inchado. Horas depois, eu sei que meu filho foi entregue morto naquele hospital. Os médicos tentaram fazer de tudo para salvar meu filho, mas ele já chegou sem vida ao hospital”, disse.
“O Jairinho friamente chega para mim e fala ‘vamos virar essa página, vida que segue, faz outro filho’, ali tentando consolar a Monique para ir embora - e me manda uma coisa daquele sentido, uma frase dessa”, acrescentou. “Eu não sabia se ia para cima dele, talvez fosse essa a reação que ele esperasse naquele momento.”
“No começo, pensei que a Monique estava protegendo o Jairinho até por uma coação. Mas hoje, olhando até pelas últimas conversas dela com a babá, ela sabia que meu filho tinha sido agredido anteriormente, ela provavelmente sabia que meu filho tinha sido agredido aquela noite, e ainda continuar com o Jairinho? Mostra para mim que não teve coação, ela sabia o que aconteceu”, completou.
Ele diz ainda que o menino já havia reclamado do padrasto, que daria “abraços muito fortes”. A questão foi conversada entre Leniel, Monique e Jairinho.
‘O tio me machuca’
No dia 3 de março, Leniel conversou por telefone com o filho, que reclamou mais uma vez do padrasto.
“Na quarta-feira (03) antes do falecimento antes do meu filho, eu liguei para ele – meu filho tinha um celularzinho que era meu, que eu dei para ele, que tinha WhatsApp. Liguei e ele estava bem tristinho. Falei: ‘filho, por que você está triste?’. ‘Ah, papai, eu não quero ir pra casa da mamãe’”, relatou Leniel.
Na ocasião, segundo o pai, Henry disse que “o tio me machuca”, em referência a Dr. Jairinho. Leniel então avisou a avó materna da criança, Rosângela, mas a família da mãe do filho desconsiderou as queixas.
Segundo ainda Leniel, Monique conversou com a psicóloga do filho, que disse que ele queria ficar com o pai. A mãe ainda pediu para que relatos de eventuais agressões fossem deixados de lado, já que não havia nenhum registro de ataques físicos à criança.
“Eu fiquei aguardando depoimento da avó, da babá, da psicóloga. Em nenhum deles apareceu isso que o tio machucava”, contou.
Para Leniel, Monique “foi omissa e não fez o papel de mãe de proteger o filho dela”. O pai de Henry, no entanto, disse que jamais soube que o menino tivesse apanhado da mãe.
“Estava muito estranho para mim a Monique, como mãe, receber igual eu recebi o laudo do IML, aquele laudo agressivo, e não falar nada, continuar ainda ao lado do Jairinho... Eu esperei o depoimento dela para a polícia e dele; quando eu vejo, foi um depoimento diferente do que eu sabia, do que foi falado para mim, para os médicos naquele dia. Parecia que estava acobertando alguma coisa.”
O pai de Henry Borel ainda se mostrou aliviado com as prisões de Jairinho e Monique.
“Eu estava vivendo todos os dias com essa angústia de saber quando seria esse momento. Eu acreditava que a justiça seria feita e que esse momento estaria muito próximo de acontecer”, afirmou.