Paciente de clínica morreu após apanhar com ferro e taco de sinuca, diz delegado

Paciente de clínica de reabilitação para dependentes químicos, Onésimo Júnior teria sido espancado por cinco funcionários após descoberta de plano de fuga

Da redação

Paciente de clínica morreu após apanhar com ferro e taco de sinuca, diz delegado
Onésimo Júnior morreu após ser espancado em clínica de reabilitação
Reprodução/Brasil Urgente

Interno de uma clínica de reabilitação para dependentes químicos, Onésimo Júnior, de 38 anos, morreu após ter sido espancado por funcionários da unidade. A vítima chegou a um hospital de Embu-Guaçu, na Grande São Paulo, já sem vida. Cinco suspeitos foram presos.

Funcionários do hospital que atendeu Onésimo acionaram a polícia. Com isso, agentes foram à clínica onde a vítima estava internada. Testemunhas relataram o espancamento após uma tentativa de fuga. Outro interno teria revelado o plano à direção do estabelecimento.

“A administração chamou os dois para uma reunião a portas fechadas. Nessa reunião, a vítima confirmou que estava com esses planos de fugir, mas que havia desistido. Nessa ocasião, ele já estaria vestido com uma camisa de força. Dessa situação, pediram que o outro interno deixasse a sala e, nesse momento, começaram a agredir a vítima com golpes de barras de ferro, tacos de sinuca e pés de mesa, segundo o que as vítimas relataram, e que as agressões duraram entre 40 e 50 minutos”, disse o delegado Júlio César de Almeida.

O delegado prendeu em flagrante cinco funcionários da clínica, todos suspeitos de envolvimento na morte do paciente. O grupo passou por audiência de custódia e teve a preventiva decretada pela Justiça pelos crimes de homicídio, sequestro, cárcere privado e tortura. Os indivíduos também responderão por falsificação de medicamentos.

“Encontraram diversas medicações em estado irregular, acondicionadas de forma irregular e de forma ilegal também. Isso acaba imputando a esses cinco indivíduos a conduta do crime de falsificação de medicação, que é ter em estoque para distribuir para consumo, medicação sem origem definida, sem prazo de validade, sem dosagem, que estavam em copinhos”, explicou o delegado.

Mãe resgata o filho

Assim que o caso ganhou repercussão em Embu-Guaçu, outros familiares de internos da clínica procuraram a delegacia e denunciaram maus-tratos. O espaço não tinha autorização para funcionar e foi interditado pela vigilância sanitária.

“Eu vim fazer um boletim de ocorrência porque meu filho estava internado e foi agredido. Ele é deficiente auditivo e aconteceu os fatos, à tarde, e eu vim ter notícias à noite. Eu vim resgatar ele eram duas da manhã. Eles apanhavam lá dentro e ninguém sabia”, lamentou uma mãe que internou o filho no local.

Relato de testemunha

Outro paciente ouviu a sessão de tortura e classificou o episódio como triste. De acordo com o relato, Onésimo pedia socorro e gritava pela mãe.

“O que fizeram com o rapaz foi muito triste, muito triste mesmo. Ele falou: ‘Mãe’. Escutei muitos gritos. Era ‘socorro, socorro, socorro’, e a gente estava preso, trancado. Todo mundo correu um por cima do outro”, disse o jovem.