Ônibus do PCC: Quadrilha usava garagens como depósito para guardar drogas

Brasil Urgente teve acesso a documentos do MP e do Denarc que comprovam a ligação entre facção e empresas de ônibus em SP

Por Clara Nery

Ônibus do PCC: Quadrilha usava garagens como depósito para guardar drogas
Reprodução

O Brasil Urgente teve acesso a documentos do Ministério Público e do Denarc que comprovam a ligação entre o PCC e empresas de ônibus em São Paulo.

A Upbus foi a primeira a ter essa aliança exposta. Parte da investigação demonstra como funcionava o quadro de acionistas da empresa. O que chama atenção é que dos 60 acionistas, 6 são membros destacados ou familiares de integrantes do PCC, 18 possuem ligação direta ou indireta com a facção. Eles apresentam movimentações financeiras atípicas junto ao Coaf e 45 ostentam profissões incompatíveis com o capital investido na empresa Upbus.

Os nomes de Alexandre Salles Brito, conhecido como Buiú, Silvio Luiz Ferreira, o Cebola e Mude, Ahmed Hassan Saleh, aparecem nos relatórios. O último era advogado de Cebola, de Anselmo Santa Fausta, o Cara Preta, e do Django.

A investigação aponta que Cebola e Buiú frequentavam constantemente a garagem de ônibus para a prática criminosa. Já o advogado tinha contato com os dois criminosos e chegou a montar um escritório dentro da cooperativa de ônibus.

A investigação aponta que além dos líderes do PCC utilizarem a estrutura da empresa de ônibus para lavar dinheiro, eles também usavam para guardar drogas.

Em 2012, durante uma operação policial, pessoas ligadas à facção foram presas em flagrante com 654 quilos de maconha e R$ 151 mil em dinheiro. Dentre eles estavam Cebolinha e Gildão, que atuavam no “progresso” do PCC dentro de uma cooperativa de ônibus na zona leste de São Paulo.

Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça dão conta do negócio ilícito dentro das garagens. Em uma das conversas, Cebola afirma a Buiu que o negócio não vai dar certo, se referindo ao cofre escondido na garagem e que servia para guardar a droga.

Em outro trecho, Cebola demonstra preocupação com uma nova operação da polícia na cooperativa depois da prisão de um integrante. Mude propõe montar o seu escritório de advogacia no local para inibir a entrada dos policiais.

Assim como era Django, Cebola é uma das maiores lideranças do Primeiro Comando da Capital. Ele exerce a função de “sintonia do progresso” dentro PCC, que é responsável pela gerência do tráfico de drogas na zona leste de São Paulo.

Cebola é companheiro de Christiane Loiola de Oliveira, acionista da empresa Upbus, cujas costas de ação correspondem a um montante de R$ 247,2 mil.

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