Patrícia Cristina de Lima Farfán Olivares, 41 anos, assassinada nesta segunda-feira (19) na cidade de Cotia (SP), região metropolitana de São Paulo, não fazia contato com a família desde sexta-feira (16). As informações são do Brasil Urgente.
Nos últimos dias, a vítima não respondia a mensagens e telefonemas da família. Por isso, a mãe e o irmão dela foram até a casa do namorado, Ricardo Trindade, em busca de informações. O imóvel fica na Granja Viana.
Ricardo, de 44 anos, disse que Patrícia não estava no local, mas não deu detalhes. Os familiares, no entanto, viram o carro dela parado do outro lado da rua, com várias sacolas de roupas dentro.
A Polícia então foi procurada pela família de Patrícia e foi até o local. No entanto, sem mandado, não puderam entrar.
Depois de registrar o desaparecimento de Patrícia, os policiais foram informados por vizinhos sobre barulhos na casa. Então, voltaram, entraram e encontraram o corpo da mulher.
Ricardo fugiu pelos fundos da casa. Segundo uma testemunha, ao tentar pular um muro, o suspeito ficou preso em um arame circular.
Inicialmente, ele pediu ajuda. Os policiais mandaram ele descer, mas ele disse que não conseguia. Os agentes foram até ele, que sacou uma arma e disparou. A arma de um dos investigadores falhou e foi enviada para a perícia.
“Eu estava na cozinha. Eu ouvi uns estampidos, aí a gente viu que começou uma gritaria, um tiroteio no terreno ao lado. Vi o indivíduo preso no arame farpado no muro do vizinho, e ele preso aí. Após o tiroteio, vi que os policiais começaram a gritar para ele descer. Ele dizia que estava doendo, gemia. Acho que os policiais se aproximaram. Aí eu vejo ele puxar uma arma e dar vários tiros”, descreveu um vizinho à reportagem.
Entre os policiais atingidos pelos disparos, o investigador Alessandro Medeiros levou um tiro que passou por uma fresta do colete, atingiu o peito e chegou ao coração, morrendo no local. Já Vagner de Lima foi atingido por seis tiros, passou por cirurgia e não corre risco de morte.
Ricardo Trindade então foi surpreendido por agentes da Guarda Civil Metropolitana de Cotia. Em nova troca de tiros, foi atingido e morreu.
Vizinhança
Ricardo e Patrícia sempre foram namorados discretos. Em três anos de relacionamento, os vizinhos da casa dele quase não os viram juntos.
Luana Fialho morava perto de Ricardo e viu a vítima apenas uma vez. Há cerca de dois meses, ela presenciou um desentendimento do casal e tentou ajudar.
“Era bem de manhãzinha, um sábado. Eles estavam discutindo. Parece que ela queria ir embora e ele queria conversar, não deixava ela ir. Ainda tentei intervir, conversar, mas vi que ele estava um pouco exaltado, deixei quieto. Ela disse: ‘Tudo bem, vou levar ele para casa’”, contou.
A mãe de Luana namorou com Ricardo no fim da adolescência. Na época, segundo a jovem, ele já demonstrava agressividade.
A casa com muros altos na Granja Viana dava a Ricardo privacidade. Na ocorrência desta segunda-feira, os policiais bateram na casa de um vizinho e viram que seria possível visualizar o imóvel do suspeito por cima de um muro.
Já de dentro, por uma janela, viram Patrícia caída e perceberam Ricardo trancado em um quarto. Gritaram para que ele se entregasse, mas ele fugiu. Um terceiro policial então saiu, foi pegar a viatura e tentar fazer um cerco.
Nesta terça-feira (20), um grupo de mulheres resolveu protestar com cartazes e pichações na frente do imóvel. Frases como “assassino covarde”, “feminicídio: até quando” e “justiça” foram registradas.