A força-tarefa do Ministério Público de São Paulo vai apurar indícios de atividades ilegais do PCC em empresas de ônibus na região metropolitana de São Paulo e também na baixada santista.
Em entrevista ao Brasil Urgente, o promotor Lincoln Gakiya disse que há suspeita da utilização de empresas de ônibus nas regiões para lavar dinheiro de chefões do PCC.
“Existem outros investigados que participam de empresas não só na capital, mas também na região metropolitana e na baixada santista. Vamos fazer uma investigação grande para expurgar essas pessoas que fazem parte dessas empresas em certames públicos.
Até agora, investigações da Polícia Civil de São Paulo identificaram o esquema nas empresas UPBus e Transunião, que possuem contratos com a prefeitura da capital paulista para operar linhas de ônibus na zona leste.
A Polícia Civil investiga a ligação do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que domina o tráfico de drogas em São Paulo, com o transporte público da capital paulista.
Nos últimos meses, uma investigação do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) encontrou indícios e provas do envolvimento da facção com empresas de ônibus urbanos, que deflagraram operações realizadas em um intervalo de duas semanas.
De acordo com a polícia e o Ministério Público de São Paulo (MPSP), ao menos duas empresas de ônibus que atuam na capital paulista, com contratos milionários com a Prefeitura de São Paulo, são suspeitas de terem ligação com a quadrilha.
Juntas, as empresas investigadas transportam cerca de 840 mil passageiros por dia. Esse número representa cerca de 12% de todos os usuários do sistema público da capital diariamente.
Em média, cerca de 7,2 milhões de passageiros são transportados diariamente, em uma frota de 11.925 ônibus rodando em São Paulo. Os dados são da Secretaria de Mobilidade e Trânsito (SMT).
A suspeita da polícia é que as empresas de ônibus de São Paulo sejam usadas por membros do PCC para lavar dinheiro.
Até o momento, duas prisões foram feitas. São dois homens acusados de serem os executores de ex-diretores de empresas que coordenam linhas de ônibus da capital. A polícia espera seguir com as investigações e analisar documentos colhidos para pedir a prisão de mais pessoas envolvidas no esquema.