Morte após hidrolipo: médico envolvido já foi denunciado por mais de 20 mulheres

Entre elas, uma técnica de enfermagem que morreu em abril de 2021, um mês após colocar silicone

Por Kelly Dias

Morte após hidrolipo: médico envolvido já foi denunciado por mais de 20 mulheres
Reprodução/Brasil Urgente

O médico Josias Caetano, responsável por fazer o procedimento de hidrolipo em Paloma Lopes Alves, em uma clínica da Vila Carrao, Zona Leste de São Paulo, deve ser ouvido pela polícia civil na próxima semana. A informação foi passada pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

Enquanto isso a delegada segue ouvindo o restante da equipe médica e também familiares da extensora de cílios que morreu após realizar a cirurgia de retirada de gordura localizada. O médico já foi denunciado por mais de 20 mulheres.

O caso de Paloma trouxe à tona outros processos criminais que o cirurgião plástico já enfrentou. Um deles, referente uma técnica de enfermagem de 40 anos que colocou silicone nos seios e morreu quase um mês depois.  O caso é de 2021 e Elaine Cristina Andrade se casaria em dezembro daquele ano. 

A técnica de enfermagem colocou as próteses com o doutor Josias no dia 7 de abril de 2021. De acordo com a mãe, teve complicação no pós-operatório. Reclamando de dores intensas e de secreção abundante na região dos seios, ela teria ouvido do médico durante os retornos que aquilo era normal.

Elaine morreu no dia 3 de maio. No atestado de óbito a causa da morte consta como indeterminada. A família procurou a polícia civil e um inquérito foi aberto. O laudo do IML apontou que Elaine apresentava discreta hipertrofia miocárdica, áreas de hiperinflação, congestão e focos de hemorragia recente em pulmão.

A conclusão foi de que ela teve um infarto agudo do miocárdio. Na época o médico foi ouvido e disse que não se recordava da paciente apresentar qualquer queixa especial de dores no local da cirurgia.

Disse também que quando foi chamado na uti do hospital do Campo Limpo, fez punção nas mamas de Elaine e não notou qualquer secreção ou inflamação. Em um documento a polícia questiona se Josias foi cauteloso ao analisar os exames pré-operatórios de Elaine e se prestou adequado atendimento pós. 

Diz que analisando documentação médica do hospital onde teve o óbito, há menção de que Elaine apresentava secreção com pus na mama e que doutor Josias omitiu a informação. Segundo a polícia, a infecção generalizada de Elaine muito provavelmente foi contraída em ambiente hospitalar embora a manifestação tenha aparecido após a alta da cirurgia.

Mas como não foi possível estabelecer nexo causal direto do óbito com o procedimento cirúrgico, o inquérito acabou arquivado.

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