O Ministério Público de São Paulo denunciou 26 pessoas pela participação no esquema criminoso na Cracolândia, no centro da capital paulista. Segundo os promotores, um megaesquema foi montado pelo PCC para que os bandidos possam se alimentar do dinheiro de usuários de drogas, além da exploração do comércio local e ferros-velhos.
O Brasil Urgente teve acesso com exclusividade a denúncia do MP paulista, que revela que dentro de um ferro velho na região da Cracolândia tudo poderia ser comercializado. Dependentes químicos apareciam com materiais no local e em troca recebiam crack ou cocaína e até bebidas alcoólicas como forma de pagamento.
Na denúncia, o Gaeco, núcleo de combate ao crime organizado, classifica que os ferros-velhos "funcionavam como depósitos de droga e até um "tribunal do crime", que estabelece a "disciplina" do primeiro comando da capital, o PCC.
O entorpecente e a cachaça são utilizadas como moedas de troca para os objetos subtraídos pelos dependentes químicos, que entregam os produtos de crime e recebem parte em droga, bebida ou poucas porções em dinheiro."
Um exemplo do que os traficantes a mando do PCC faziam: eles mandavam usuários de drogas a irem roubar um rolo de fio de cobre. Na internet, uma peça dessa de mais de 100 metros pode custar quase R$ 15 mil e em troca, como forma de pagamento mesmo, eles entregam uma cachaça. O valor da unidade de meio litro custa apenas R$ 8, além de se aproveitar da própria dependência dos usuários eles também fomentavam o roubo na região.
Mais um caso do domínio do PCC, além das drogas tem também o prédio do sexo. As mulheres andam seminuas por corredores do prédio. O crime organizado contratou cafetões para que o esquema fosse desenvolvido no centro de São Paulo.
No local ficava o chefe do tráfico do PCC na Cracolândia, ‘Léo do Moinho’. A ideia montava por ele abasteceu o centro da capital com drogas, bebidas, sexo e subornos. Ele acabou preso e o vácuo de poder está em aberto. Na última operação do ministério público, as bases foram desmontadas dentro do moinho. Dos 26 denunciados, três já foram presos.