Ainda era madrugada quando a diarista Teresa Oliveira saiu de casa para trabalhar. São duas horas e meia todos os dias no ônibus e nos trens até a Barra Funda. “Tem que usar máscara, tem que fazer um monte de coisa. Mas e os ônibus lotados, como vai ficar? Porque eles não estão fazendo nada, não estão colocando mais ônibus. O ônibus está lotado, o trem está lotado”, reclamou.
Um dia depois do Brasil Urgente anunciar em primeira mão que a capital paulista voltaria a ter 100% da frota de ônibus em circulação, quem precisou circular no horário de pico não viu diferença. “Não notei. Só se eles colocarem agora para frente. Até esse horário, está a mesma coisa. Se eles não põem ônibus, a gente vai por a nossa vida em risco”, lamentou a diarista.
A repórter Marcelly Setúbal foi conferir a situação no terminal do Grajaú, na zona sul de São Paulo, onde dezenas de pessoas não aguentam mais tanta lotação. “Eu pego [ônibus para] o Terminal Santo Amaro muito cheio, sempre. Não mudou nada”, disse a manicure Marisa Reis.
A movimentação era intensa no início da manhã, mas a quantidade de ônibus não era suficiente para tanto passageiro. “O trem vai lotado, o ônibus vem cheio e as pessoas não usam máscara. Prejudica a gente também”, afirmou uma passageira.
“Uma porcaria, como sempre lotado. Fala de aglomeração, mas olha como a gente anda. A nossa parte a gente faz, mas o governo não faz a dele. Vamos morrer todo mundo. Fazer o quê?”, lamentou a diarista Maria de Lourdes da Silva.