Mesmo réu por possível envolvimento em tráfico de drogas, associação ao tráfico e lavagem de dinheiro, Renato Cariani continua publicando fotos e vídeos do dia a dia para os quase 8 milhões de seguidores nas redes sociais. Mas um celular apreendido de uma funcionária da empresa de Cariani complica ainda mais a situação jurídica dele. 

Conversas e fotos encontradas no aparelho apreendido pela Polícia Federal comprovam a ligação do influenciador, dono da empresa Anidrol, de produtos químicos, com um amigo dele, preso em uma operação da Polícia Civil do Paraná, por participar de outro esquema de tráfico de drogas. 

Ele e Cariani aparecem juntos em fotos nas redes sociais e, em uma delas, acompanhados da funcionária que teve o celular apreendido e que também é investigada. Em troca de mensagens entre ela e Cariani, os dois tratam de preparativos de viagem. 

“Amiga, você vai querer os dólares? O amigo do ******* vai acabar vendendo tudo e você vai ficar sem. Vai ter que pagar mais caro nas agências de câmbio", diz Cariani. 

“Vou sim”, diz a funcionária. 

Em outra conversa, mais uma suspeita investigada pela Polícia Federal:

“Consegue dois nomes de crianças com os dados dos pais para mim, por favor? Preciso mais daquele medicamento”, pergunta Cariani, sobre hormônio do crescimento usado em crianças. 

Segundo o Ministério Público, entre 2014 e 2020 ao menos 60 notas fiscais fraudulentas foram emitidas como se a empresa de Cariani tivesse vendido produtos químicos para três empresas, uma delas uma farmacêutica europeia, que diz nunca ter comprado nada da empresa de Cariani e por isso fez a denúncia que iniciou a investigação

Para a Polícia Federal, cerca de 12 toneladas de produtos químicos foram desviados e destinados ao refino e produção de cocaína e crack. E é o amigo de Cariani que seria o elo entre ele e os traficantes.