Um chefão da máfia italiana foi preso em um apartamento de luxo. A paixão pela sinuca entregou o criminoso. Gustavo Nocella, de 58 anos, conhecido como ermes, é o representante de clãs na América do Sul.
A “Camorra” é uma máfia formada por clãs, de famílias da região de Nápoles, na Itália, que se perpetuam no crime desde o século 17. Gustavo Nocella é responsável pelos clãs Rinaldi-Formícola, Amato-Pagano e de Micco.
A paixão pela sinuca acabou entregando o criminoso, que mudava de endereço todos os meses, mas sempre exigia imóveis com uma mesa de sinuca. A exigência peculiar ficou famosa em Medelín e atraiu a polícia colombiana.
Ermes não estava na América do Sul por acaso, ele era o responsável por negociar com cartéis colombianos para o envio de cocaína para a Europa. A camorra é aliada da máfia siciliana ‘dranguenta’, parceira do PCC no tráfico internacional de drogas. A investigação para a prisão é dos’ carabinieri’, da Itália, com ajuda da Interpol e Europol.
O continente tem um dos principais produtores de cocaína do mundo: Colômbia, Peru e Bolívia. E o Brasil é o caminho dessa produção para a Europa. Por isso, a forte presença da máfia italiana aqui.
Em agosto, mais de 100 policias italianos tiveram ajuda da Polícia Federal brasileira para prender o empresário italiano Giuseppe Bruno em Natal, no Rio Grande do Norte.
Ele é acusado de integrar um esquema que movimentou mais de 500 mil euros em cocaína, o equivalente a mais de R$ 3 bilhões. Ele era ligado à Cosa Nostra, outra máfia italiana.
Vicenzo Pasquino e Rocco Morabito também foram presos no Brasil. Eles estavam no nordeste. Rocco era conhecido como “rei da cocaína” de Milão.
Patríck e Nicola Assisi, pai e filho, estavam no litoral de São Paulo. Conhecidos como “fantasmas da Calábria”, negociam com o PCC a saída de cocaína pelo Porto de Santos.
Integrante da Drangueta, a máfia calabresa, tinham o Ándré do Rap como principal aliado, o maior operador logístico do tráfico internacional de drogas brasileiro.
Quase todas as prisões de mafiosos italianos no Brasil foram em cidade litorâneas, com acesso aos principais portos do país. Assim, o PCC se tornou um atravessador da cocaína, ficando com a maior parte dos lucros do negócio crimonoso.