Kalieli Rodrigues, mãe do menino Apolo Gabriel Rodrigues que morreu dentro de uma van escolar, em São Paulo, desabafou ao dar entrevista ao Brasil Urgente, na tarde desta quinta-feira (16). Na ocasião, ela participava de um protesto que pedia por justiça e contra a liberdade concedida ao casal que se esqueceu da criança no veículo.
Na entrevista, Kalieli questionou a conduta da creche, localizada na Vila Maria, na Zona Norte de São Paulo, ao não perceber que o filho dela não foi deixado na instituição. Segundo a mãe do menino, foram deixadas 10 mochilas na escola, mas apenas nove crianças foram entregues.
“Eu fiquei sabendo que ela [auxiliar] pegou todas as mochilas, levou para a creche, pegou as crianças e só deixou o meu filho. Eu queria entender por quê? Se têm 10 mochilas e nove crianças, está uma [criança]. Então, para mim, também tem culpa aí na creche”, disse a jovem.
Kalieli também se mostrou indignada com a decisão da Justiça, na audiência de custódia, que concedeu liberdade provisória ao casal Flávio Robson Benes, de 45 anos, e Luciana Coelho Graft, de 44. Em depoimento, a esposa do motorista, auxiliar no veículo, disse que, no momento, estava com enxaqueca, o que teria causado o esquecimento.
“Essa desculpa de que está com enxaqueca, mal-estar não vai trazer meu filho de volta. Isso não é desculpa para tirar a vida de uma criança inocente. Meu filho era um anjo. Eu estou com tanta dor, e eles estão soltos. Eles têm que pagar pelo que fizeram. Eu quero justiça pelo meu filho e segurança pelas outras crianças”, lamentou Kalieli.
Menino desacordado na van
O casal buscou os alunos por volta das 7h da manhã, mas, na hora de deixá-los na creche, o pequeno Apolo Gabriel Rodrigues foi esquecido dentro do veículo, onde ficou até às 16h.
Apolo Gabriel só foi encontrado quando o casal retornou ao estacionamento, onde tinham parado a van, para fazer o transporte de volta das crianças para casa. O menino estava desacordado, na cadeirinha, no penúltimo banco.
Levado morto ao hospital
O motorista e a esposa retornaram então para a creche e chamaram a pedagoga responsável pela instituição. Juntos, levaram o garoto para um pronto-socorro. No local, o homem entrou com a criança nos braços. Os médicos constataram que ele estava morto. A Polícia Militar foi acionada e conduziu o motorista e a auxiliar da van para a delegacia.
Flávio Robson Benes, de 45 anos, e a esposa dele, Luciana Coelho Graft, de 44 anos, participaram, na quarta-feira (15), da audiência de custódia que concedeu a liberdade durante a tramitação do processo. Antes da prisão, a prefeitura de São Paulo descredenciou o motorista que esqueceu a criança.