Monique Medeiros retornou ao Instituto Penal de Niterói neste sábado (1), onde cumpre prisão temporária pela suspeita de omissão na morte do filho, o menino Henry Borel, de 4 anos. A professora teve alta do hospital penitenciário Hamilton Agostinho, onde estava em tratamento por testar positivo para covid-19.
Ela chegou a ser levada ao hospital municipal Albert Schweitzer, em Realengo, para realizar uma tomografia computadorizada. O exame mostrou que ela teve 5% do pulmão comprometido, mas se recuperou da doença da qual se tratava desde 19 de abril.
Como é o protocolo do sistema prisional fluminense, a mãe de Henry tem que ficar mais 14 dias isolada em quarentena. Se a prisão temporária de 30 dias não for renovada, Monique não terá contato com outras presas.
Já o ex-namorado dela, o vereador Jairinho, deixou a cela individual que ocupava em Bangu 8, no complexo de Gericinó, na zona oeste, após o fim do período de quarentena, e foi para uma cela coletiva. Ele divide espaço com presos da operação lava jato, que têm ensino superior.
Depois de ser indiciado pela Polícia Civil, o vereador também foi denunciado pelo Ministério Público do Rio pelo crime de tortura, contra a filha de uma ex-namorada. A pena prevista pode variar de 2 a 8 anos de prisão e pode ser aumentada em um sexto porque a vítima. Era uma criança.
A denúncia pede que, caso o parlamentar seja posto em liberdade, compareça mensalmente ao juízo para justificar atividades. Seja proibido de se aproximar e manter contato com a vítima e seus familiares principalmente testemunhas. Jairinho também não poderia deixar o município sem autorização judicial.
Segundo a Polícia Civil, o indiciamento teve como base provas testemunhais, documentais, depoimentos, além de peças técnicas que comprovaram as agressões. A vítima é filha de uma ex-namorada de Jairinho, com quem o político se relacionou há oito anos aproximadamente.
Em depoimento, a menina revelou que sofria com chutes e socos na região do abdômen, que era sufocada e afogada por Jairzinho e que chegou a ter o braço fraturado pelo vereador, que na época, disse a família que a menina tinha se machucado durante a prática de um esporte. A polícia conseguiu encontrar nas unidades de saúde, os prontuários médicos da época, que foram analisados por peritos do IML, que comprovaram as lesões sofridas pela vítima.
A Polícia Civil também pediu a prisão preventiva do político, que já está preso pela morte do enteado Henry Borel. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público.
A Delegacia da Criança e Adolescente Vítima ainda apura um outro caso de agressão envolvendo Jairinho. A DCAV também enviou à delegacia de repressão aos crimes de informática informações para a investigação do vazamento de uma foto da ex-namorada, mãe da menina que era agredida, nua.
Já o inquérito sobre a morte de Henry só deve ser concluído nos próximos dias, com o fim da perícia em celulares de Jairinho e Monique.