Líder do PCC executado teria financiado roubo milionário de ouro em aeroporto

Cara Preta era investigado por envolvimento com o roubo de 770 quilos de ouro; ele e outro homem foram mortos por um atirador

Da redação, com Brasil Urgente

Investigações sobre o roubo de 770 quilos de ouro no aeroporto de Guarulhos em 2019 apontam o envolvimento de Anselmo Becheli Santa Fausta , o “Cara Preta”, morto por um atirador na zona leste de São Paulo nesta segunda-feira (26). Ele seria ligado ao PCC. 

Ao lado dele, na direção, estava Antônio Corona Neto, o “Sem Sangue”, braço direito do Cara Preta. Para a polícia, a execução foi mais um capítulo da guerra de poder no crime organizado e no tráfico internacional de drogas.

Parte da quadrilha envolvida no roubo milionário foi presa, e alguns integrantes foram até condenados pelo roubo da carga, hoje avaliada em mais de R$ 250 milhões. Mas a investigação apontava um financiador para a ação que precisou de uma estrutura grandiosa e muito cara: era Cara Preta. 

Ele não chegou a ser preso pelo suposto envolvimento no assalto --foi morto antes. Parentes ficaram sabendo do assassinato ainda no local, um cruzamento do Tatuapé, na zona leste de São Paulo.

De acordo com o Ministério Público, o traficante morto era peça chave da logística do tráfico internacional de drogas e responsável pela rota da cocaína entra a Bolívia, o Brasil e a Europa. É o  setor mais lucrativo dentro do crime organizado, que deu fortunas a nomes como Gegê do Mangue, André do Rap e Anderson Gordão.

Apesar da posição de destaque no crime organizado, Cara Preta foi preso poucas vezes, e sempre por crimes menores. Era considerado pela polícia um alvo difícil, por ser um criminoso discreto. 

No momento da execução, ele estava em um carro simples, como preferia, justamente pra não chamar a atenção. Mas o motorista do veículo levava nos bolsos e na jaquetas maços com grande quantidade de dinheiro.

A cena do atentado contra os dois homens numa praça da zona leste de São Paulo deixa muito claro: o único objetivo do atirador era matar os ocupantes do carro ao lado. O crime foi registrado de vários ângulos. É possível ver a aproximação do carro das vítimas, e testemunhas chegaram a apontar que os tiros partiram de um Pálio –o motorista atira com a mão esquerda.

Sem sentido, o motorista deixa o carro solto na descida até bater em outro veículo. Apavorada, a testemunha acelera e foge. Os dois ocupantes morreram ali mesmo, sem chance de receber socorro médico.

O DHPP assumiu a investigação. Peritos do instituto de criminalística fizeram uma perícia detalhada no carro, verificaram cada detalhe. Mas como o atirador não encostou na lataria ou nos vidros, não há impressão digital ou material biológico do assassino. A placa do veículo usado no crime era falsa.