O pai do menino Henry, Leniel Borel, chamou a decisão da Justiça do Rio de Janeiro desta terça-feira (5) de soltar Monique Medeiros de "inacreditável" durante conversa com José Luiz Datena no Brasil Urgente.
"É inacreditável que o Estado não pode proteger no seu sistema prisional e então a gente manda assassinos para casa, é isso o que essa decisão quis falar? Já que o sistema prisional do estado do Rio de Janeiro não pode manter a Monique em segurança, aí manda para casa. Então todos os assassinos que estão hoje no estado do Rio de Janeiro podem ir para casa", desabafou.
Leniel disse que apesar da revolta, ele respeita a decisão da Justiça, mas que entrará com recurso para revertê-la.
"Eu não esperava vê-la em liberdade diante da crueldade que cometeu. Ela tinha o dever como mãe de proteger meu filho. Nós aqui respeitamos a decisão da juíza, mas o Ministério Público, assim como nós, vamos interpor o recurso cabível para reverter essa decisão o mais rápido possível", afirmou.
O Ministério Público afirmou que vai recorrer da decisão da 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, que definiu que Monique Medeiros use tornozeleira eletrônica e só tenha contato com parentes e sua defesa no processo.
Caso Henry
O ex-vereador Jairinho é reu por homicídio triplamente qualificado e tortura, além de coação de testemunhas, pela morte de Henry Borel, de 4 anos, em 8 de março, em seu apartamento na Barra da Tijuca, no Rio. Já a mãe de Henry, Monique Medeiros, foi denunciada por homicídio, tortura omissiva, falsidade ideológica e coação de testemunha.
Jairinho também é acusado de agressão e tortura em outros dois casos: a tortura da filha de uma ex-namorada, entre 2010 e 2013, além do caso de agressões contra o filho de ex-namorada Débora de Mello Saraiva, que teriam sido cometidas entre 2015 e 2016.
Especialistas que acompanharam o caso e tiveram acesso aos laudos periciais acreditam -- com base na descoloração das marcas no corpo do garoto -- que Henry pode ter morrido no fim da noite de 7 de março, e que o corpo pode ter ficado no apartamento por quase cinco horas antes de Monique e Jairinho levarem o menino ao hospital, por volta das 4h.
Com o desenrolar do caso, Jairinho teve o mandato cassado como vereador do Rio em 30 de junho. Ele foi o primeiro parlamentar da história da Câmara de Vereadores fluminense e perder o cargo.
Relembre aqui a cronologia de como foi o caso Henry Borel.