Lázaro Barbosa: Secretário acredita em apoio de fazendeiro e descreve cerco

Elmi Caetano foi preso na última semana; para Rodney Miranda, fazendeiro 'é criminoso'

Da Redação, com Brasil Urgente

Elmi Caetano foi preso na última semana; para Rodney Miranda, fazendeiro 'é criminoso'
Reprodução

A Secretaria de Segurança Pública de Goiás não tem dúvidas do envolvimento do fazendeiro Elmi Caetano Evangelista, de 73 anos, na fuga de Lázaro Barbosa de Souza, 32 anos, que foi capturado e morto na manhã desta segunda-feira em Águas Lindas de Goiás.

Preso na noite da última quinta-feira (24), Elmi Caetano teria abrigado Lázaro por cinco dias em sua propriedade rural. Em entrevista nesta segunda-feira (28) ao Brasil Urgente, o secretário Rodney Miranda disse que há “indícios e provas consistentes” da participação do fazendeiro na fuga.

“Estamos buscando até outros envolvidos agora em relação a esse investigado, esse acusado, o Caetano. Foi prisão preventiva, com provas robustas. A tendência agora é aumentar a materialidade das provas do envolvimento dele em outros crimes, e trazer outras pessoas para dentro dessa investigação”, disse Miranda, que acredita ser possível que mais participantes tenham se envolvido em crimes ligados a Lázaro.

“Vamos avançar. Eu não vou nem confundir fazendeiro com criminoso. Caetano é criminoso. Ele tinha já (uma ficha criminal com) uma série de estelionatos, outros crimes. Agora, se houver outros (envolvidos), vão ser alcançados certamente pela polícia e pela Justiça”, acrescentou.

O secretário de Segurança de Goiás ainda reforçou que o primeiro objetivo era capturar Lázaro Barbosa com vida para ajudar na apuração de crimes. Ele estava foragido desde o começo de junho, investigado pelas mortes de quatro pessoas da mesma família em Ceilãndia (DF), mas as autoridades suspeitam da ligação dele com outros crimes.

“Toda entrevista que eu dei, em todas as oportunidades, eu falei: nós vamos tentar capturá-lo e apresentá-lo à Justiça. Ate porque ele tem muita coisa para responder. Ele assim não o quis, reagiu. Essa injusta agressão foi respondida à altura”, descreveu.

Fim do cerco

A caçada a Lázaro Barbosa no Entorno de Brasília chegou a seu desfecho a partir da noite deste domingo (27), depois de 15 dias de força-tarefa de policiais de Goiás e do Distrito Federal.

Nos primeiros cinco dias, segundo Rodney Miranda, policiais entraram em confronto com Lázaro quatro vezes, sem sucesso na captura. A partir daí, ele se escondeu na propriedade de Caetano, dificultando as ações.

Com a prisão de Caetano nas últimas semanas, Lázaro ficou com as opções reduzidas. Assim, no fim de semana, o cerco se fechou. No domingo, ele chegou a ir à casa da ex-sogra, em Águas Lindas de Goiás.

“No fim da noite de ontem, uma equipe nossa já tentou capturá-lo. Só que ele ganhou o mato. E quando ele ganhou o mato, ele ainda falou: ‘Quem botar a cara aqui, eu dou um tiro na cara’. Hoje de manhã, a equipe que o encontrou foi cercada por uma outra equipe, que acabou trombando com uma outra equipe nossa. Ele estava com duas armas: uma pistola e um revólver, um em cada mão. Ele descarregou a pistola. Graças a Deus, nossos policiais não foram feridos”, descreveu o secretário.

“A ação começou na periferia de Águas Lindas, próximo à mata. Ele ganhou a mata, a mais ou menos a 1 km da casa da ex-mulher dele. Depois, fizemos o cerco de madrugada. Ele conseguiu romper o cerco. Ele passou em uma fazenda, onde foi identificado por umas pessoas, e ganhou a mata de novo. Nessa segunda mata, a 7 km mais ou menos do ponto de origem, a equipe da Polícia Militar o confrontou”, acrescentou.

Rodney Miranda afirmou ainda que Lázaro não cometeu mais agressões graves ou homicídios desde o início da força-tarefa. Agora, segundo ele, a investigação sobre a morte do foragido ficará a cargo da Polícia Civil de Goiás.

“Nós tentamos de todas as formas captura-lo, apresenta-lo à Justiça. Ele tinha realmente uma rede, já está mais do que confirmada. Hoje, depois do confronto, nós encontramos nos pertences dele R$ 4,4 mil. Quer dizer, é um sujeito que está no meio do mato, como é que vai ter R$ 4,4 mil? Tudo indica que ele queria fugir do cerco, fugir do estado e talvez do país, pelo que a gente está levantando”, disse o secretário.

“Nós continuamos aqui com a Polícia Judiciária. Vamos continuar as investigações. Temos pelo menos oito novos crimes atribuídos ao indivíduo que vamos aprofundar, até para saber se ele agiu sozinho, se agiu a mando de quem, se tem algum partícipe ou até co-autores. Estamos deixando a força-tarefa da Polícia Civil de Goiás aqui para continuar essas ocorrências e botar um fim nessa quadrilha, nessa organização criminosa, cujo expoente mais cruel, mais violento era o Lázaro”, completou.

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