Juíza que soltou dono de Porsche manteve preso suspeito de furtar desodorante

Soltura de Fernando Sastre, após se apresentar à polícia, foi determinada pela juíza Fernanda Benevides Dias, mesma que manteve suspeito de furtar desodorante

Da redação

A decisão da Justiça de São Paulo em negar a prisão temporária do empresário Fernando Sastre, de 24 anos, após ele provocar acidente fatal foi alvo de críticas. Ornaldo Viana, de 52 anos, morreu após ter o carro, um Sandero branco, atingido por uma Porsche azul na Zona Leste da capital.

A soltura, após o acusado se apresentar à polícia, foi determinada pela juíza Fernanda Benevides Dias. A magistrada é a mesma que determinou a prisão de um homem, em 2022, acusado de tentar furtar dois desodorantes e três garrafas de bebida de um supermercado, na Zona Norte de São Paulo. Fernando, ao contrário, deixou a delegacia pela porta da frente.

Depois de ter o pedido negado pela juíza do plantão noturno, a polícia atua para pedir nova prisão de Fernando. Neste sábado, a Polícia Civil fez um novo pedido de prisão, mas agora em caráter preventivo. A solicitação tem parecer positivo do Ministério Público.

Argumentos para nova prisão

No novo pedido, o delegado Nelson Vinícius Alves faz o pedido com base em três argumentos. O primeiro alega garantia da ordem pública, pois Fernando teria cometido crime de extrema gravidade e que, para as autoridades, poderia se repetir.

No segundo argumento, o delegado aponta que é preciso manter a conveniência da instrução criminal. Segundo Nelson Vinícius Alves, por ter poder aquisitivo elevado, Fernando poderia “ameaçar ou subornar testemunhas, e até a vítima”.

Por último, o delegado pontua a garantira da futura aplicação da lei penal, já que haveria o risco de Fernando fugir, mesmo tendo se apresentado na delegacia.