O Brasil Urgente conversou com um funcionário de uma empresa de ônibus para falar sobre as investigações contra Valdevan Noventa, presidente licenciado do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindimotoristas). A fonte preferiu não se identificar.
O funcionário, na entrevista, fez denúncias graves contra os dirigentes do Sindimotoristas, agora, investigados pela Polícia Civil de São Paulo.
Segundo o entrevistado, os funcionários faziam contribuições mensais de R$ 79 para os cofres do sindicato. Quem optasse por parar de contribuir, era demitido.
“Para a gente dar baixa, tem que fazer uma carta em próprio punho, levá-la ao sindicato para eles darem baixa. Em questão de duas semanas, no máximo, um mês, a empresa manda ir embora. É pagar ou pagar”, denunciou a fonte ao Brasil Urgente.
De acordo com o relato, o profissional que não quer ajudar com a contribuição sindical também passa a ter dificuldades em arrumar um novo emprego.
“Eles perseguiam bastante o cara. Hoje mesmo, se você for mandado embora por ter dado baixa na associação do sindicato, você não consegue entrar em outra empresa de jeito nenhum”, lamentou o funcionário.
Para o funcionário que atendeu a reportagem por telefone, não é novidade, entre os trabalhadores, que os dirigentes do sindicato investigado participam de um esquema milionário de corrupção e propina.
“Todos eles, diretores do sindicato, presidente do sindicato, tesoureiro tem carrões, casa na Barra, apartamento de R$ 1 milhão. Isso aí a gente já sabe”, continuou com a denúncia.
Com relação a Valdevan, que, segundo a polícia, seria o chefe do esquema criminoso, o funcionário lembra que o investigado passou em pouco tempo de um cobrador de ônibus a um líder sindicalista com um patrimônio milionário.
“Do nada, ele [Valdevan] virou presidente do sindicato. Já vi várias filmagens do aras dele. Ele tem pista de corrida de cavalo e fazenda lá em Sergipe”, pontuou o funcionário.
Para finalizar, o denunciante diz que, por dois anos, o dinheiro da participação nos lucros, que deveria ser paga aos trabalhadores, foi direto para os cofres do sindicato e dirigentes.