'Instinto de proteção', diz professora que imobilizou aluno que atacou escola

Cinthia Barbosa foi entrevistada com exclusividade pelo 'Brasil Urgente' e citou que agressor havia retornado às aulas em meados de março

Da redação

A professora de educação física Cinthia Barbosa conversou com exclusividade com o ‘Brasil Urgente’ nesta segunda-feira (27). Ela foi a professora que imobilizou o adolescente que feriu cinco pessoas e matou a docente Elizabeth Tenreiro, de 71 anos. Segundo Cinthia, ela não entendia a proporção do ataque ao tentar defender uma outra professora. 

“Eu não pensei. Eu simplesmente agi, tentei imobilizar o adolescente, sem causar maiores ferimentos, mais do que estava acontecendo com a professora ali. Creio que foi o espírito de proteção, de ver a colega de trabalho ali”, conta. 

Cinthia relembra como foi imobilizar o aluno, que estava tentando esfaquear outra professora. “Minha coordenadora que tirou a faca, ela é formada em Educação Física e foi um trabalho conjunto, podemos dizer assim. Eu imobilizei o menor, ele estava muito resistente, ela veio, o desarmou e Deus nos ajudou e o menos pior aconteceu”, diz. 

Para ela, o ato foi um "instinto de proteção, cuidado”. “Não tinha noção da proporção daquilo ali, foi tudo muito rápido. A professora estava ali, então a gente nunca pensa no pior. Então quando eu retiro ele, a coordenadora retira a faca, eu não tinha noção do que realmente tinha acontecido”, relembra. 

Segundo Cinthia, o aluno havia retornado às aulas na segunda quinzena de março. “Ele frequentava a escola desde março. Não tinha contato próximo, a gente tem 300 alunos na unidade, então próximo mesmo não, mas o conhecia", pontua. 

O caso

O jovem de 13 anos invadiu a escola na manhã desta segunda-feira e feriu pelo menos quatro pessoas com uma faca, sendo três professores e um aluno. Segundo informações preliminares da polícia, bullying teria motivado o crime. 

Uma das professoras feridas foi encaminhada ao Hospital das Clínicas em estado grave, outra encaminhada para o Hospital Bandeirantes e os adolescentes, um com ferimentos leves e outro em estado de choque, foram levados para o Pronto Socorro do Butantã. 

O adolescente de 13 anos foi contido pelos policiais militares ainda dentro da escola e já foi encaminhado para o 34° Distrito Policial, onde deve prestar depoimento à polícia. 

O policial militar informou à Band que não há outras possíveis vítimas do ataque e que o órgão faz o trabalho de rescaldo para verificar a situação dentro do local. Com a confirmação de que a situação está sob controle, os alunos começaram a ser liberados para Ele reforça que ao confirmarem que a situação está sob controle, os alunos serão liberados. 

“A única informação bem preliminar que a gente tem é que era alguma coisa sobre bullying, tinha planejado um ataque, alguma coisa do tipo. Mas essas informações vão ser colhidas com mais precisão”, disse o policial.