Idosa de 89 anos pode ser despejada por estatal de São Paulo

Dona Maria Benedicta comprou terreno em 1989 com o marido; após uma ação judicial da CESP, ela tem até dia 28 de julho para deixar o local

Da redação

Uma idosa de 89 anos pode ser despejada de sua pequena propriedade na cidade de Paraibuna, no interior de São Paulo, por uma estatal de São Paulo.  

Dona Maria Benedicta e o marido, que já é falecido, compraram o terreno em 1989 e, na época, pagaram 400 cruzados novos pela área de um hectare.  

Agora, a idosa que criou 11 filhos, netos e bisnetos no local pode ser despejada. O percalços dessa história começaram em 2015 quando um representante da Companhia Energética de São Paulo (CESP) procurou a família e informou que a empresa era proprietária do local.  

O terreno também já pertenceu à Eletrobrás. Agora, uma ordem de despejo está em vigor e o único bem conquistado por dona Maria Benedicta está em risco. A idosa atribui a conquista da casa de pau a pique à santa que é devota. 

"Eu fiz promessa pra Nossa Senhora Aparecida me ajudar. Eu vendi geladeira, uma vaca que eu tinha, juntei um dinheirinho pra pagar um pedacinho de terra que nós compramos", disse Maria à reportagem do Brasil Urgente.  

Segundo uma das filhas de dona Maria, Margarete Aparecida Gaspar, a CESP notificou que dona Maria precisava deixar a área que a mãe havia invadido. 

A família então acionou a Defensoria Pública da cidade, que agora tem um advogada que representa a idosa na Justiça.  

Por dona Maria não ter comparecido a uma audiência o juiz deu ganho de causa para a empresa. A família, no entanto, alega que o advogado não avisou sobre a audiência.  

Dona Maria, de 89 anos, corre risco de ser despejada de terreno que comprou em 1989

A última notificação trazida pelo oficial de Justiça diz que dona Maria Benedicta tem até o dia 28 de julho pra deixar o local. 

Caso ela não saia da casa, uma reintegração de posse vai acontecer e a casa que ela construiu com as próprias mãos junto com o marido que já morreu será demolida.

Em nota, a Eletrobrás afirmou que a responsabilidade do terreno foi passada, por meio de procuração, à CESP, em 1991.  

Atualmente, a CESP é a gestora atual da Usina Hidrelétrica de Paraibuna, onde fica a casa de dona Maria.  

A CESP disse em nota que a reintegração de posse foi determinada pela Justiça e que no local não pode haver nenhuma habitação domiciliar. A empresa não manifestou a intenção de deixara idosa na área.  

Um especialista em direito imobiliário, consultado pelo Brasil Urgente, sugere que a família tente propor um acordo com a empresa. 

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