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Golpe do prazer: criminosa acusada de enganar vítimas com falsas garotas de programa é presa

Nas redes sociais, Rayene se apresentava como influencer especialista em maquiagem e gostava de ostentar uma vida de luxo

Yasmin Bachour

Na chegada a delegacia, Rayene Carla Reis debocha ao sorrir e mandar beijo para a câmera. Foragida desde dezembro do ano passado, ela foi presa nesta sexta-feira (29), na linha amarela, perto da comunidade Vila Pinheiro, na zona norte do Rio. 

Ela é apontada pela polícia como chefe de uma quadrilha que aplica golpe da falsa garota de programa. O irmão dela e a prima, que também faziam parte do esquema, já tinham sido presos no ano passado. 

Nas redes sociais, Rayene se apresentava como influencer e especialista em maquiagem e gostava de ostentar uma vida de luxo. 

“Hmmmm eu gosto assim. Calma que eu tô no meu dia de rica", dizia a golpista em um vídeo publicado nas redes sociais. 

De acordo com a polícia, tudo era bem estruturado. As golpistas se apresentavam como garotas de programa nos aplicativos de mensagens e pediam fotos íntimas. O esquema tinha até um manual que explicava como tudo funcionava e era repassado a outros criminosos. 

Como os criminosos agiam?

Primeiro, eles criavam perfis falsos nas redes sociais. Depois, procuravam vítimas e marcavam os programas. Eles também puxavam os dados dessas pessoas para extorqui-las e exigiam o pagamento de uma taxa de R$ 100. Quando conseguiam os valores, sumiam com os chips dos telefones. 

"Então, é, o que nós conseguimos identificar com a investigação é que a Rayene, através de um aplicativo, ela consegue identificar e obter os dados pessoais da pessoa. Nome completo, data de nascimento, endereço, filiação, se tem filhos e tudo. Renda média. E a partir disso, ela começa, ela envia mensagens para possível vítima, com todos esses dados, e depois começa uma série de ameaças e extorsões, dizendo que a pessoa teria marcado um encontro com uma garota de programa, não teria comparecido e isso teria gerado um prejuízo e a pessoa tinha que pagar", disse a delegada Márcia Beck. 

A polícia teve acesso ao conteúdo das mensagens. Uma delas diz: ‘vai esperar eu fazer uma covardia com você para resolver? Por isso perde a vida por bobeira”. 

Na mesma conversa, as golpistas chegam a falar de milicianos para assustar as vítimas. 

“Vou avisar só uma coisa. Estou indo na sua casa, eu e mais quatro milicianos e vou resolver do meu jeito. Não tenho pena. A gente manda mensagem porque não quer oprimir criança e nem esposa de ninguém”, diz a mensagem. 

Uma das vítimas responde: “boa noite. Eu acerto o valor de forma amigável, sim. Tira minha família disso. Só me diz o valor”. 

As investigações apontaram ainda que os integrantes da quadrilha usavam imagens de policiais militares para intimidar e ameaçar os alvos e exigiam valores que variavam de R$ 600 a R$ 3,5 mil para que elas não fossem expostas nas redes sociais. Pelo menos 30 pessoas foram vítimas do bando. 

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