GCM morto em tiroteio discordou de como seria a abordagem contra foragido

“Só que o pessoal está querendo fazer o serviço de um jeito que eu não concordo”, expôs o guarda José Prado Moutinho, de 51 anos, morto em operação

Por Maria Paula Limah

Antes da operação da Polícia Civil para tentar prender o procurado da Justiça Rafael Maffi da Silva, de 41 anos, o guarda civil morto na troca de tiros com o bandido enviou um áudio para um policial em que discordava da maneira de como seria feita a abordagem.

“Do jeito que os caras estão querendo fazer, eu não concordo [...]. Esse cara é perigoso para caramba. É notícia de jornal, de televisão, a menina que ele matou em São Paulo, que ele está sendo investigado [...]. Só que o pessoal está querendo fazer o serviço de um jeito que eu não concordo”, expôs o guarda José Prado Moutinho, de 51 anos.

O criminoso era procurado da Justiça por ter cometido um feminicídio em São Paulo, mas estava escondido em Monte Mor, no interior do estado. A Romu, grupamento de elite da Guarda Municipal de Monte Mor, dava apoio em uma ocorrência de captura da Polícia Civil.

Ao perceber a aproximação dos agentes, o bandido entrou num carro preto e deu início à fuga. Durante a perseguição, o criminoso atirou várias vezes contra os guardas. Em determinado momento, após bater contra uma viatura da GCM, iniciou-se uma troca de tiros. Moutinho foi atingido na cabeça.

Colegas de farda socorreram a vítima, mas ela não resistiu. A Polícia Militar deu apoio na ocorrência. Em nova troca de tiros, o criminoso morreu. Maffi é suspeito de outro assassinato e indiciado por tráfico de drogas.

Dentro do bolso do bandido, a perícia encontrou o documento da mulher que ele teria matado em São Paulo.

Na cidade, um ginásio municipal foi aberto para o público se despedir do guarda. Centenas de pessoas passaram pelo local. A rua teve que ser interdita. Moutinho deixa a mãe e quatro filhos, três meninos e uma menina. Foram 17 anos de corporação. O agente era GCM de classe especial.

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