O garoto de programa chega à noite ao prédio da vítima, em Goiânia. Passa pelo hall de entrada e vai direto para o elevador. Arruma o cabelo e em menos de um minuto sai no terceiro andar. 

O rapaz de 22 anos segue ao encontro de um cliente. Um arquiteto e professor universitário de 64 anos, que conheceu em um site de prostituição. Os dois mantinham um relacionamento amoroso, mas o idoso, ainda sim, pagava por todas as visitas.

O suspeito ficou no apartamento da vítima por cerca de oito horas. Foi nesse período que, segundo a polícia, o crime aconteceu. 

O professor morreu asfixiado depois de uma discussão. Após tirar a vida do cliente, José Henrique Aguiar Soares, tentou fazer diversas transferências via Pix das contas do arquiteto. Uma das transações bancárias deu certo. Ele enviou R$ 470 para o próprio contato. Tentou movimentar outros R$ 66 mil, mas não conseguiu.

O crime foi descoberto horas mais tarde, graças a um funcionário do banco onde o arquiteto era correntista, que desconfiou do processo de confirmação facial da vítima feito durante a madrugada.

O banco entrou em contato com a equipe do DEIC relatando que havia sido feita uma biometria, aquela selfie para confirmação de uma transação bancária da conta de um correntista, em que esse correntista aparecia com um homem segurando a sua cabeça, o que gerou suspeita nessa instituição financeira, disse o delegado Daniel Oliveira.

O que se sabe sobre Henrique Soares

• O garoto de programa de 22 anos nasceu em Goiânia.
• Seu nome completo é José Henrique Aguiar Soares, mas nas plataformas de conteúdo adulto que tinha perfil usava somente Henrique Soares.
• Nessas redes sociais adultas, como OnlyFans, cobrava por fotos e vídeos íntimos.
• Aos 20, teve a primeira passagem na polícia, por roubo.
• Também já foi fichado por estelionato e furto.
• Foi preso preventivamente na segunda-feira (25).
• É suspeito de assassinar um arquiteto e professor universitário de 64 anos.
• Ao chegar ao apartamento da vítima, a Polícia Civil encontrou uma cena de suicídio, que teria sido montada por Henrique.
• O garoto de programa teria tentado usar o rosto do professor morto para acessar contas e transferir dinheiro por Pix.
• Passou R$470 para seu nome. Tentou movimentar R$66 mil, não conseguiu.

Prisão preventiva

Assim que recebeu a denúncia, a Polícia Civil de Goiânia foi apurar a suspeita. Agentes do DEIC foram até o condomínio da vítima. Certo da impunidade, o garoto de programa voltou para a cena do crime. Ele tinha um plano: simular que encontrou o homem morto. 

O assassino só não contava com a rapidez da polícia, que ao chegar no local para averiguar a situação, reconheceu o suspeito na rua e acabou o prendendo em flagrante.

No apartamento, a polícia encontrou o arquiteto morto no banheiro. O suspeito havia montado uma cena de suicídio. Versão que não convenceu os agentes do DEIC.

José Henrique Aguiar Soares teve a prisão preventiva decretada pela justiça por homicídio e roubo. Em depoimento, revelou ao delegado que matou a vítima após uma briga por ciúme. A identidade do arquiteto ainda não foi divulgada.