Esposa de dono de bar morto em assalto em SP foi barrada no local por quadrilha

Casal estava junto há 14 anos e tinha comércio na zona leste da capital paulista há dois

Giovanna de Boer, do Brasil Urgente

Casal estava junto há 14 anos e tinha comércio na zona leste da capital paulista há dois
Reprodução

A esposa de Sebastião Pereira de Araújo, comerciante de 49 morto depois de um assalto no próprio bar, ouviu os disparos que tiraram a vida do companheiro.

O crime aconteceu na tarde deste domingo (2), em São Paulo. Ela chegava para ajudar o marido quando foi impedida de entrar no local por um dos bandidos, que estava do lado de fora.

“(Eram) quatro caras, ficou um lá fora e três entraram lá dentro”, lembra ela – que, com medo, preferiu não se identificar.

“Eu estava na calçada quando escutei os rapazes falando alto. Eu corri e eles não deixaram eu entrar. Escutei tiro e meu marido veio de encontro a ele. Eles vieram atirando, no peito”, acrescentou.

“Chamamos o resgate, a polícia, mas meu marido já saiu morto de lá”, completou ela.

Juntos há 14 anos e sem filhos, o casal se dedicava ao bar, único sustento da família. Com medo de uma nova ação dos criminosos, a companheira de Sebastião não deve continuar com o comércio, e conta como os dois batalhavam para ter uma vida melhor.

“Trabalhamos Natal, Ano Novo. Nós não viajávamos, só trabalhávamos... Só trabalhávamos para morrer assim, desse jeito”, lamenta.

Há dois anos, ela e o marido se mudaram para a zona leste de São Paulo, em um bairro mais tranquilo, e reabriram o bar. Mas o projeto foi interrompido na ação criminosa.

“Eles roubaram o dinheiro, porque eles fuçaram tudo lá no fundo e o caixa também ficou caído”, descreveu a mulher de Sebastião.

Apavorada, a esposa vai embora da região. Com ela, vai a bagagem mais pesada: as saudades do companheiro.

“Hoje é o dia mais triste da minha vida, porque hoje vou enterrar o meu marido”, conta. 

Depois do crime, o bar estava revirado. Mas a vida da mulher também - sem marido, sem sustento e sem rumo.

“Infelizmente, a gente está aí, trabalhando, e os vagabundos matando a gente dia após dia. A gente não tem paz, não tem sossego.”

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