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Traficantes usam escolas como depósito de drogas no Rio de Janeiro

No Complexo do Alemão, traficantes fizeram buracos em uma sala de aula para observar a movimentação policial

Marcus Sadok

A polícia militar do Rio de Janeiro encontrou 820kg de drogas na Escola Municipal Lino Martins da Silva e na Clínica da Família Moraes da Silva. Quem está por trás da ação criminosa são os traficantes do Comando Vermelho, que controlam as favelas do Complexo da Maré, zona norte do estado. 

O material foi encontrado em paredes falsas e em vigas do telhado das unidades. Um fuzil 556, um revólver, carregadores e munição também foram apreendidos. Nenhum traficante foi preso. 

Por causa da operação, 24 das 46 escolas municipais da Maré não funcionaram nesta sexta-feira (30), data que marca o 12° dia de ações para demolir condomínios construídos pela organização criminosa. A estimativa é que 30 milhões em imóveis tenham sido demolidos. 

No Complexo do Alemão, traficantes fizeram buracos em uma sala de aula para observar a movimentação policial. 

Na última semana, uma tonelada de droga foi encontrada em outra escola na Maré, Complexo onde a polícia flagrou treinamento de guerrilha e já fez operações para prender criminosos dentro de unidades de educação. 

Em abril de 2023, 16 traficantes em fuga e armados invadiram uma escola pública, do mesmo Complexo, no início da manhã. Como a unidade foi avisada da operação policial, não havia estudantes no entorno. 

Segundo a polícia, os criminosos ordenaram que moradores, inclusive crianças, fossem até a unidade para impedir a ação dos PMs. Bombas de efeito moral foram usadas para dispersar o tumulto e a tropa de elite conseguiu negociar a rendição dos criminosos. 

O Complexo da Maré também foi palco de um treinamento de guerrilha flagrado por drones da polícia. Dezenas de bandidos treinavam táticas operacionais com instrutores especializados.  

Em uma das imagens compartilhadas, o gerente-geral do tráfico, Thiago da Silva Folly, o TH da Maré, está ao lado de um carro de luxo de R$ 500 mil, cercado de soldados do tráfico. 

No mesmo lugar, criminosos foragidos de outros estados, assassinos de policiais, carregam armas de uso restrito das forças de segurança para dar continuidade à rotina do tráfico da região. 

Assim como TH da Maré, outros chefões seguem foragidos e procurados pela polícia do Rio de Janeiro, como o Johnny Bravo, da Rocinha, flagrado em uma festa de aniversário na última semana

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