Entenda o esquema de quadrilha que trocou malas de brasileiras em Guarulhos

Segunda fase da Operação Colateral prendeu 16 pessoas e desarticulou organização que enviava cocaína para a Europa pelo aeroporto

Por Julia Sarmento

A Polícia Federal cumpriu 16 mandados de prisão nesta terça-feira (18) da segunda fase da Operação Colateral, que visa desarticular a quadrilha que trocou malas das brasileiras Jeanne Paolini e Kátyna Baía, em março deste ano. Dos presos, quatro mandantes do grupo que envia drogas para o exterior através do Aeroporto de Guarulhos foram capturados. 

Os alvos estavam em Guarulhos e na capital paulista. Dois seguem foragidos, entre eles, um líder da quadrilha. A Polícia Federal acredita que o grupo criminoso comercializava drogas para o exterior há cerca de dois anos, os destinos, escolhidos pelos mandantes. Eles eram responsáveis por organizar a logística do envio dos entorpecentes. 

O esquema aliciava funcionários do aeroporto e de empresas aéreas. Segundo a Polícia Federal, os empregados de terceirizadas eram contratados pelo tráfico e recebiam um salário para facilitar o envio das bagagens. 

Cada um tinha uma função. No dia do crime, a cocaína, guardada em malas, era entregue aos envolvidos e um falso check-in era simulado pelo embarque doméstico. Quando as malas já estavam no terminal, outros integrantes da quadrilha eram responsáveis por fazê-las chegarem até o avião determinado. 

E era neste momento que as etiquetas eram trocadas com as identificações dos passageiros, que não tinham nada a ver com o esquema, como no caso das brasileiras presas na Alemanha. Já no avião, as malas faziam a viagem até os países de destino, em geral, na Europa. 

Durante o cumprimento dos mandados de prisão, dois suspeitos chegaram a tentar se livrar dos celulares. Um deles quebrou o aparelho e o outro atirou o telefone pela janela. A Polícia Federal acredita que o grupo tenha atuação em outros aeroportos internacionais, como o de Campinas. A expectativa é encontrar outros envolvidos no esquema.