Empresa de ônibus ligada ao PCC tem contrato de R$ 600 mi com a prefeitura de SP

Prefeitura de São Paulo informou que não foi notificada da operação policial e que a empresa de ônibus ganhou a concessão após licitação

Da redação

Uma investigação da Policia Civil de São Paulo, ainda em fase inicial, encontrou provas da presença da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) à frente de uma grande empresa de transporte da capital paulista. Há um contrato de R$ 600 milhões por ano da UPBus com a prefeitura de São Paulo. 

O acordo milionário foi firmado após processo licitatório. Segundo o Denarc, Anselmo Santa Fausta abriu a empresa há 22 anos com um capital social de R$ 1 milhão. A prefeitura da capital, porém, informou que não foi informada da operação e que a UPBus, concessionária do transporte público, opera na zona Leste após vencer uma licitação.

Empresa opera 13 linhas de ônibus

Segundo o Departamento Estadual de Combate ao Tráfico de Drogas (Denarc), Anselmo é o fundador da empresa, iniciada como uma cooperativa. Atualmente, o negócio opera 13 linhas entre os bairros São Mateus e Itaquera, extremo Leste de São Paulo.

Executado no ano passado, em meio a uma guerra interna no PCC, Anselmo era apontado como um dos líderes da facção. A investigação foi iniciada ano passado, logo após a morte do dono UPBus.

Na investigação, a polícia encontrou, no contrato social, a participação, como cotistas, de criminosos ligados ao PCC. Havia, ainda, outros laranjas que emprestavam o nome para a facção movimentar o dinheiro arrecadado com o transporte público.

Arsenal pesado, dinheiro e documentos

A lavagem de dinheiro, oriundo do tráfico de drogas, é o principal alvo da investigação do Denarc. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Armamentos pesados, munições, dinheiro, documentos e computadores com informações sobre a arrecadação do PCC junto às linhas de ônibus da zona Leste foram apreendidos. 

A polícia também descobriu que Anselmo usava documento com outro nome para abrir empresas fantasmas e receber um prêmio da Mega-Sena no valor de R$ 40 milhões, dividido contador amigo dele. Um policial civil, hoje investigado por homicídio, teria o ajudado a emitir um RG falsificado.

Próxima fase prevê prisões

A próxima fase da operação prevê prisões dos envolvidos no esquema de lavagem de dinheiro do PCC em empresas de ônibus. O objetivo também é chegar a outras garagens dominadas pela facção criminosa.

Alguns integrantes da quadrilha já foram identificados. A polícia também investiga imóveis e carros de luxo comprados com o dinheiro do crime. Os 62 mandados de busca e apreensão foram cumpridos na capital, Grande São Paulo e interior do estado.

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