Desespero e fome: diarista tenta sobreviver com R$ 160 por mês

Da Redação, com Brasil Urgente

A menina que brinca de modelo sonha com as passarelas com a missão de salvar vidas. O irmão, que tem problemas na coluna, quer ser veterinário daqui algum tempo. Mas, aos 14 anos, já tentou arrumar serviço. Só que é muito novo para o mercado de trabalho.

Eles moram em uma comunidade em Guarulhos, na grande São Paulo. São filhos de Maria Zilma Araújo, de 42 anos, que tem mais duas crianças. Todos estão passando sufoco nos últimos tempo. Hoje, foi necessário dizer não para os filhos logo cedo.

“Hoje mesmo eles falaram assim: ‘Mãe, cadê o pão?’. Eu falei: ‘Tem cuscuz, come cuscuz. Eu não tenho um real para comprar pão’”, disse a diarista. Para não deixar falta nada em casa para os filhos, a Zilma sempre trabalhou na medida do possível. Eram pelo menos seis faxinas fixas por mês e ela fazia outros serviços que apareciam, até mesmo em troca de alimentos.

Durante a pandemia, a realidade tem sido outra. Agora, é uma faxina a cada 15 dias. “Fiquei com uma faxina só, com uma patroa só”, lamentou. E, para piorar, o marido que prestava serviço para uma transportadora foi dispensado e vive de bicos. “Ele ultimamente está carregando entulho e o que entra é lucro”, diz.

Eles contam com o benefício do bolsa família de R$ 160 por mês e alimentam a expectativa de receber o novo auxílio emergencial. “É o que vai me ajudar muito, para me tirar do sufoco”, afirma Zilma. Por enquanto, vivem a base de doações e na espera que o desespero passe.

“Eu não quero luxo, eu não quero móveis, eu quero comida para os meus filhos. E um emprego para o meu esposo, que ele consiga um emprego”, finaliza a diarista. A reportagem é de Letícia Gil para o Brasil Urgente.

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