Delator do PCC: suspeitos de ligação em fuga de olheiro prestam depoimento

Olheiro teria indicado aos atiradores o momento exato da saída da vítima do aeroporto

Por Mark Figueredo

Delator do PCC: suspeitos de ligação em fuga de olheiro prestam depoimento
Vinicius Gritzbach foi executado em SP
Reprodução/Band

Dois homens suspeitos de envolvimento na morte do delator do PCC, Vinícius Gritzbach, foram ouvidos pela polícia nesta segunda-feira (13). Os agentes descobriram que os dois suspeitos tiveram envolvimento com Kauê do Amaral, acusado de ser o olheiro da execução.

Matheus Augusto foi o primeiro a deixar o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no centro de São Paulo, depois de três horas de depoimento. Segundo a investigação, ele teria emprestado dois carros para a fuga dos criminosos, logo depois da execução do empresário Vinícius Gritzbach, no Aeroporto de Guarulhos.

O suspeito também teria sido flagrado por câmeras de segurança no entorno do aeroporto na hora do crime. Ele está preso desde o início de dezembro de 2024, quando foi capturado por policiais do DEIC, em um apartamento na Praia Grande, litoral paulista, onde estava escondido.

A investigação liga Matheus à Kaue do Amaral, apontado como olheiro da quadrilha que executou o delator do PCC. O olheiro teria indicado aos atiradores o momento exato da saída da vítima do aeroporto. Os dois eram sócios de uma adega na zona norte de São Paulo. Depois de prestar depoimento, o suspeito deixou o palácio da polícia algemado em uma viatura.

O segundo suspeito, ligado ao olheiro da quadrilha deixou o DHPP também na noite desta segunda-feira (13). Matheus Soares, de 19 anos, estava algemado nas mãos e nos pés. A polícia o aponta como sendo responsável por auxiliar a fuga do suposto olheiro do PCC para o Rio de Janeiro.

Ele foi ouvido na presença do advogado, em um interrogatório que apura a participação do suspeito no plano de fuga de Kaue do Amaral, mas também o envolvimento de Matheus com associação criminosa e tráfico de drogas. A defesa assume que os dois se conheciam, mas nega a participação dele no crime.

De acordo com a polícia, Matheus Mota e Matheus Brito foram convidados a prestar depoimento porque, depois da quebra de sigilo bancário e telefônico, a investigação tem novos elementos em relação aos dois. A ideia dos agentes era confrontar, com provas, a ligação deles com o olheiro do PCC e a possível participação no plano de fuga.

Já Kaue do Amaral, flagrado no Aeroporto de Guarulhos e apontado como olheiro da quadrilha, segue foragido. A polícia diz ter certeza que ele não está no Rio de Janeiro. Até agora, os atiradores não foram identificados.

Vinícius Gritzbach foi executado com tiros de fuzil em novembro do ano passado, depois de desembarcar no terminal 2 de Guarulhos. Ele havia delatado ao Ministério Público de São Paulo o esquema de lavagem de dinheiro do PCC e denunciou à Corregedoria da Polícia Civil supostos agentes corruptos. Cinco policiais citados foram presos, entre eles, um delegado.

Tópicos relacionados