Criança morta a tiros em desavença de vizinhos é enterrada em Santo André

Ester de Oliveira Sigoli tinha 4 anos; Bruno de Freitas Lopes fugiu após disparos

Da Redação, com Brasil Urgente

O corpo de Ester de Oliveira Sigoli foi enterrado no fim da tarde desta segunda-feira (12) no cemitério da Vila Curuçá, em Santo André, na região metropolitana de São Paulo. Ester, de 4 anos, foi morta com um tiro no rosto após uma desavença entre vizinhos no domingo (11). As informações são do Brasil Urgente.

Familiares da vítima informaram que Bruno de Freitas Lopes, o atirador, queria atirar contra Jorge Luis de Oliveira Sigol, o pai da criança. Brunão, como foi identificado o responsável pelos disparos, atirou primeiro contra Jorge; Ester começou a gritar, então ele apontou para ela e atirou.

Após os tiros, familiares de Jorge e Ester começaram uma briga contra Bruno. A mãe da criança, Brenda de Oliveira Plácido, levou uma coronhada na testa. O atirador então fugiu na companhia da mulher dele.

Em um vídeo enviado a familiares e amigos, Jorge se desespera a caminho de um hospital, levando com ele a filha. “Eu estou desesperado, pessoal. Estou com o corpo da minha filha no carro, pessoal”, desespera-se.

“O Brunão acabou de me dar um monte de tiro. Eu estava com a minha filha, um monte de criança no carro. Ele viu. Ele deu um monte de tiro, pessoal. Pelo amor de Deus. Eu estou correndo para a Santa Casa, pessoal. A minha filha está morta dentro do meu carro comigo, eu não sei o que eu faço. Eu estou baleado. Eu estou baleado, a minha filha tomou um tiro na cara. A minha filha tomou tiro na cara”, desabafa.

Pai e filha foram atendidos no hospital, mas Ester não resistiu. O pai, ferido no braço e na perna, foi medicado e liberado.

Bruno de Freitas Lopes já foi identificado pela Polícia Civil e acumula passagens policiais por homicídio e roubo. No momento dos crimes, os pais de Ester deixavam três primos da garotinha na casa deles, em Santo André.

O delegado da Polícia Civil de São Paulo que investiga o caso vai pedir a prisão do suspeito. Os policiais estão atrás de imagens de câmeras de segurança que ajudem nas investigações.

A motivação do crime teria sido uma desavença antiga entre o suspeito e o pai da criança por causa de uma vaga de garagem. Jorge e Bruno moraram em uma mesma viela, mas o pai de Ester se mudou do local após os primeiros desentendimentos.

Desavença antiga

Em entrevista ao Brasil Urgente, Jorge Luis de Oliveira Sigol disse que percebeu que a filha havia sido morta já no momento dos disparos.

“A gente brecou o carro e ele já chegou atirando”, contou. “O único tempo que eu tive foi do primeiro tiro vindo, eu vi que era ele e coloquei a mão para proteger. Eu vi minha filha, ela falou: ‘papai, papai’. Ela já tomou o tiro e caiu morta. Eu vi ela caindo morta dentro do carro.”

As primeiras desavenças entre Jorge e Bruno aconteceram em 2018, por causa da briga pela vaga de estacionamento – segundo o pai de Ester, dos dois sempre se respeitaram, embora jamais tenham sido amigos. Jorge chegou a acertar Bruno com uma facada, mas acabou absolvido em julgamento.

“Essa briga começou em 2018, na verdade, quando eu e minha mulher morávamos na viela e ele era vizinho. Mas ele é um cara muito folgado, acha que é dono de tudo. Ele jogou meu carro na rua e nosso desentendimento começou aí. Ele pegou meu carro sem minha autorização e jogou no meio da rua. Nossa discussão começou por causa disso, mas eu particularmente nunca fui atrás dele para matar ele, para esfaquear ele, nada.”

Após o desentendimento e a facada, Jorge conta que Bruno “ficou na maldade”. “Ele falava para todo mundo que uma hora ia me pegar”, relatou.

Diante dos disparos do fim de semana, Jorge admitiu preocupação também com Brenda. “Na hora que eu vi ela (Ester) tomando o tiro, eu sabia que ela tinha morrido. Foi por isso que eu estava desesperado. Meu desespero maior é que eu não sabia se ele tinha matado minha mulher. Porque minha mulher ficou”, lembrou.

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