Creches em nome de motorista de vereador são investigadas por ligação com PCC

Polícia Civil de São Paulo investiga o envolvimento da facção criminosa em lavagem de dinheiro por meio de contratos públicos

Da Redação, com Brasil Urgente

A Polícia Civil investiga o envolvimento da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) na administração de pelo menos dez creches que prestam serviço para a Prefeitura de São Paulo. Duas empresas estão na mira das investigações. 

As creches administradas pelo Icedeh (Instituto Educacional e de Defesa dos Direitos Humanos Cora-Coralina) seriam geridas pelo ex-motorista do vereador paulistano Senival Moura (PT), Devanil Souza Nascimento, o "Sapo". 

O parlamentar é apontado como um dos suspeitos de participação em um esquema de uso de empresas de ônibus para lavagem de dinheiro do crime organizado. Ele chegou a ter a prisão solicitada pela polícia. A Justiça negou o pedido.

Na semana passada, uma operação realizada em endereços ligados à empresa de ônibus Transunião encontrou uma rifa criada por integrantes do PCC, uma antiga modalidade usada pelo grupo para arrecadar recursos.

A polícia começou a investigar o suposto elo entre o PCC e a Transunião depois do assassinato do do ex-presidente da empresa Adauto Soares Jorge em março de 2020.

De acordo com as investigações, “Sapo” levou a vítima até uma padaria, onde ela foi morta por Jair Ramos de Freitas, conhecido como "Cachorrão", que era motorista da Transunião e depois diretor da empresa. 

Ainda conforme os policiais, o motorista assistiu de dentro de um carro o ex-presidente ser morto, mas sem esboçar qualquer reação. Seu único ato antes de fugir teria sido ligar para o vereador.

Conforme a polícia, na semana passada representantes da cúpula da Prefeitura de São Paulo se reuniram com agentes do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) para debater o assunto.

Agora, a polícia descobriu que uma associação que administrava dez creches está em nome de Devanil Souza Nascimento, o "Sapo". A reportagem conversou com o o advogado dele, Marcos Ribeiro, que afirmou que não há irregularidades. Ele ainda negou que o instituto seja usado para lavagem de dinheiro e que tem 363 funcionários. 

O gabinete do vereador foi procurado diversas vezes pela reportagem para que ele possa se manifestar sobre o assunto. 

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