Comerciantes e moradores da região do Centro de São Paulo protestaram por segurança e contra a Cracolândia nesta quinta-feira (10). Centenas de faixas e cartazes pediam o fim do fluxo de drogas na região e pelo bairro da Santa Ifigênia. O Brasil Urgente acompanhou a manifestação e conversou com comerciantes que não aguentam mais tanta insegurança. 

Luís Isaías, que tem uma loja há sete anos na região, não consegue pagar as contas ou os funcionários. “Trabalhar? Quem diz que trabalhamos aqui? Não existe trabalho aqui não. A gente não vende mais nada, nossas contas estão todas atrasadas e temos que pagar imposto ainda, não tem como fechar o mês”, diz o comerciante. 

Com medo, clientes deixam de ir até o Centro para comprar. Assim, o faturamento dos lojistas caiu pela metade. Sem clientes, funcionários são demitidos. "São mais de 15 mil empregos perdidos, prevemos mais 30 mil empregos perdidos se nada for feito. São mais ou menos sete mil empresários falindo na região”, lamenta Charles, responsável pelo movimento de comerciantes na região. 

Um comerciante, que fez parte da manifestação, resumiu a situação: "Ou a gente acaba com a Cracolândia, ou a Cracolândia acaba com São Paulo". A marcha, que saiu da rua Santa Ifigênia, passou pelas avenidas Ipiranga, São Luís, até a Câmara Municipal de São Paulo. O foco era pressionar vereadores, prefeito e até mesmo o governador do estado, Tarcísio de Freitas.