Bruno Oliveira e Mayara Abrantes, acusados de terem participado do assassinato da menina Vitória Gabrielly em 2018, foram condenados a 36 anos de prisão. O júri, realizado no Fórum de São Roque, interior de São Paulo, durou dois dias e foi encerrado na noite desta terça-feira (9).
A sentença condenou o casal por homicídio com quatro qualificadoras, incluindo motivo fútil sem dar chance de defesa à vítima, além de ocultação de cadáver e cárcere privado.
A defesa dos acusados promete recorrer da decisão.
Ontem, Rosana Guimarães, mãe de Vitória Gabrielly, disse ao Brasil Urgente que esperava uma condenação “na proporção da crueldade do crime".
"Quero que eles sejam condenados na proporção da crueldade do que fizeram com minha filha. Eles vão sair [da prisão] algum dia. Minha filha nunca eu mais vou poder ver. Isso ninguém pode me dar”, afirmou.
"Nós buscamos justiça, buscamos essa condenação. Não vai mudar nada em nossa vida, mas talvez traga um alento para que a gente possa, após 3 anos de vida parada, seguir adiante. Nossa vida esteve parada, as pessoas imaginam que você segue adiante, mas não. Como faz para trabalhar? Eu era vigilante, trabalhava com uma arma na cintura, depois não pude mais trabalhar”, lamentou também o pai da menina, Beto Vaz.
Caso Vitória Gabrielly
Vitória Gabrielly Guimarães Vaz desapareceu em 2018, quando tinha 12 anos, após sair de casa para andar de patins em Araçariguama (SP). O corpo foi encontrado oito dias depois em um matagal.
Quatro pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no crime. Apontado como o executor, o servente de pedreiro Júlio César Lima Ergesse foi julgado e condenado a mais de 30 anos de prisão. Já o julgamento realizado nesta semana em São Roque diz respeito ao pedreiro Bruno Oliveira e à esposa Mayara Abrantes, suspeitos de terem sequestrado a menina.
O suspeito de ter sido mandante também aguarda julgamento.
Segundo a investigação, Vitória Gabrielly foi torturada e assassinada por engano por uma dívida de R$ 7 mil com drogas.