Caso Ketelen: mãe de madrasta é presa; médicos relatam gravidade das lesões na menina

Rosangela Nunes sabia de agressões de dupla contra Ketelen Vitória, de 6 anos

Da Redação, com Brasil Urgente e BandNews FM Rio

Rosangela Nunes, de 50 anos, foi presa preventivamente nesta quinta-feira (29), por omissão em relação às agressões sofridas por Ketelen Vitoria, de 6 anos, em Porto Real, região Sul do Rio de Janeiro. Ela é mãe da madrasta da menina, Brena Nunes. 

As três moravam juntas com a criança. Em depoimento à polícia, Rosângela admitiu que saiba de agressões contra a menina, mas não tomou medidas para evitar os maus tratos. A juíza Priscila Dickie Oddo determinou a prisão por considerar que ela também era agente garantidora da vítima, pois morava na mesma casa, e não fez nada para impedir as agressões. As informações são dos repórteres Clara Nery e Marcus Sadok, para o Brasil Urgente

Gilmara de Farias, mãe da vítima, e a madrasta, Brena Luane Nunes, já estavam presas pelo crime. As três mulheres vão responder por homicídio triplamente qualificado. O MP reforçou que o crime foi cometido com tortura psicológica e física. Tudo porque a menina abriu uma lata de leite sem autorização. 

Mesmo experiente, a equipe médica que atendeu a menina ficou perplexa com a gravidade das lesões encontradas no corpo da criança. 

O diretor administrativo da unidade de saúde, Fabio Porto, disse que houve uma comoção no hospital e que as marcas de agressão encontradas na menina chamavam a atenção pela crueldade.

“Estamos preparados para tudo, mas conviver com uma situação como essa da Ketelen para a gente foi, sem duvida nenhuma, uma situação muito impactante para todos”. relatou o médico.

Ketelen Vitória Oliveira da Rocha morreu no sábado passado (24), após passar cinco dias internada. Ela foi agredida pela mãe e a madrasta durante três dias, segundo os investigadores. Inicialmente, as autoras do crime chegaram a mentir no hospital, mas confessaram as agressões na delegacia. 

De acordo com a denúncia do Ministério Público, entre os dias 16 e 18 de abril, Gilmara Oliveira e Brena Luane assumiram o risco de matar quando agrediram a menina com socos, chutes, arremessos contra a parede, pisões e chicotadas. Elas ainda jogaram a criança de um barranco de aproximadamente sete metros de altura. 

As investigações apontam que só no dia 19, quando a vítima já estava agonizando, as três decidiram chamar a ajuda do Samu.  

No laudo da necropsia, o perito apontou que Ketelen sofreu espancamentos e queimaduras sucessivas e tortura. No corpo da menina foram encontradas várias marcas de agressão, algumas delas provocadas por objeto flexível. Segundo o depoimento das acusadas, a menina foi chicoteada com um fio de TV a cabo dobrado. 

Em depoimento, uma testemunha contou que no bairro onde moram as rés, todos sabiam do perfil violento de Brena e que a madrasta de Ketelen já teria dado uma facada em uma ex-namorada. Além disso, a testemunha também contou que a casa tinha uma lona preta para que ninguém visse o que tinha dentro. Por isso, os vizinhos nem sabiam que havia uma criança no imóvel. 

Ela relatou ainda que Rosângela, mãe de Brena, teria comentado sobre agressões da filha contra a companheira, mas não contra a enteada.