Casal com bebê de 4 meses aguarda vaga em abrigo para sair das ruas

Família passou as madrugadas mais frias deste ano dormindo nas ruas da capital paulista, tentando uma vaga em um abrigo para famílias na zona leste de São Paulo

Da Redação

Morando na rua com o pequeno Moisé, um bebê de 4 meses, Gabriel e Gisele desabafam sobre o medo que sentem pela situação da criança nas madrugadas frias da capital paulista. A família vive em uma praça no  Belenzinho, zona leste de São Paulo, e não consegue vaga em abrigos da Prefeitura de São Paulo.

“Há dois dias, morreram quatro na Praça da Sé por hipotermia. Aí a gente mexe nele, vê se está respirando, cubro, jogo a coberta nele”, relata o pai. “Ele é um anjo, não pediu para vir ao mundo. Me sinto muito mal por cria-lo na rua. Tão pequenininho para passar por essa situação”, lamenta a mãe, chorando.

A família perdeu o emprego na pandemia e veio parar na rua. Eles compraram uma barraca de camping e, além disso, tem o carrinho do bebê Moisés e poucas cobertas. Há dois meses eles tentam vaga num abrigo da prefeitura

“É horrível porque não tem como dar um banho nele, o amamentar direito. Ela precisa comer para amamentar. Hoje a gente não tomou café. Temos que andar três quilômetros pra comer”, conta Gabriel.

Ele trabalhava na área da construção, e a Gisele era promotora de vendas. Mas, sem emprego, o casal não conseguiu mais pra pagar o aluguel. Eles montaram a barraca na praça porque é mais próximo do abrigo da prefeitura destinado às famílias.

Para sobreviver, contam com doações de quem passa na Avenida Salim Farah Maluf, na zona leste de São Paulo. A praça gramada foi escolhida para dormir porque é menos fria que o asfalto.

 “Algumas pessoas passam e dão comida, compra fraldas. Mas o que nos deixa mais fracos é a situação da limpeza. A gente não consegue tomar banho todos os dias, nem dar o banho dele”, diz Gabriel. “Ele chora, tem cólica, eu fico desesperada”, conta Gisele.

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