Brasil Urgente

Casados, motorista e auxiliar da van onde menino morreu responderão em liberdade

Menino Apolo Gabriel, de dois anos, morreu após passar horas dentro da van escolar que deveria deixá-lo em creche de São Paulo

Da redação

Foram presos em flagrante e indiciados pelos crimes de homicídio doloso e omissão, o motorista e a auxiliar da van onde um menino de dois anos foi esquecido e morreu. Na última terça-feira (15), o condutor levou a criança, já sem vida, ao hospital após perceber que o havia deixado no veículo por cerca de sete horas, após estacionar numa garagem em um dia de calor intenso.

Flávio Robson Benes, de 45 anos, e a esposa dele, Luciana Coelho Graft, de 44 anos, participaram, nesta quarta-feira (15), da audiência de custódia que concedeu a liberdade durante a tramitação do processo. Os dois eram responsáveis por buscar e levar crianças a uma creche municipal, localizada na Vila Maria, Zona Norte de São Paulo.

O casal buscou os alunos por volta das 7h da manhã, mas, na hora de deixá-los na creche, o pequeno Apolo Gabriel Rodrigues foi esquecido dentro do veículo, onde ficou até às 16h.

Apolo Gabriel só foi encontrado quando o casal retornou ao estacionamento, onde tinham parado a van, para fazer o transporte de volta das crianças para casa. O menino estava desacordado, na cadeirinha, no penúltimo banco.

O motorista e a esposa retornaram então para a creche e chamaram a pedagoga responsável pela instituição. Juntos, levaram o garoto para um pronto-socorro. No local, o homem entrou com a criança nos braços. Os médicos constataram que ele estava morto. A Polícia Militar foi acionada e conduziu o motorista e a auxiliar da van para a delegacia.

Auxiliar associa erro a mal-estar

No depoimento, a auxiliar que, diariamente, o casal a conferência das crianças quando as buscam e deixam na escola. Por outro lado, segundo ela, o erro pode ter acontecido, pois estava com enxaqueca e mal-estar na hora, o que poderia ter prejudicado sua atenção no trabalho.

Muito calor no dia do crime

De acordo com o boletim de ocorrência, o homicídio deve ser qualificado por ser contra um menor de 14 anos. A suspeita da polícia é de que Apolo tenha morrido devido ao calor. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) apontou que os termômetros, ontem, registram quase 38ºC, em São Paulo, dia do crime.

O casal da van era credenciado pela prefeitura de São Paulo para fazer o transporte gratuito das crianças até as creches. Por nota, a gestão informou que o motorista foi descredenciado do programa e um processo administrativo foi aberto para apurar a conduta do profissional.

Apoio para a família

Psicólogos e pedagogos foram colocados à disposição da família da criança. Pelas redes sociais, a creche em que o garoto estudava se posicionou. A instituição afirmou que a comunidade escolar está extasiada com tamanha fatalidade.

Apolo estudava na creche há quatro meses, após a mãe começar a trabalhar. O pequeno tinha duas irmãs, uma criança de oito e outra de seis anos. A mais nova também estudou na mesma instituição.