A facção criminosa PCC criou uma espécie de banco paralelo que empresta dinheiro aos associados, mas também cobra os inadimplentes, com o objetivo de ajudar seus membros.
A descoberta aconteceu por meio de comunicados disparados por lideranças do crime organizado. No chamado “Salve”, em 11 de maio deste ano, veio a mensagem abaixo, que foi interceptada pela polícia.
“Sabemos dos tempos difíceis que estamos passando. Porém, se faz necessária a análise de caso a caso. Por isso, estamos convocando a todos irmãos e companheiros que sabem que tem alguma dívida com a família estar encostando na sintonia mais próxima a partir da divulgação desse salve”. Quem assina o texto é o “setor de empréstimo".
As mensagens foram descobertas no celular de um integrante do PCC, através de grupos de WhatsApp.
A investigação apurou que o celular apreendido era usado por Sandro Vieira Conceição, o Patinho. Ele está foragido e é acusado de envolvimento na execução, no dia 24 de abril, dentro do Hospital Santo Amaro, um dos mais movimentados do litoral de São Paulo.
Ele atirou à queima roupa em um homem que estava em uma cadeira de rodas e havia acabado de receber alta do hospital. Na época, a polícia prendeu um médico acusado de facilitar a entrada do assassino.
A polícia não tem dúvidas de que o setor de empréstimos da facção não está restrito à atuação do grupo na baixada santista. Relatos do banco paralelo também chegaram à capital paulista. Por se tratar de um grupo fechado, as informações do funcionamento do esquema ainda são mantidas em sigilo.
A polícia quer descobrir, por exemplo, se o dinheiro é emprestado com juros. Já em relação à inadimplência, está claro que a punição mais severa é deixar o nome sujo.