PCC: Após delação premiada, helicóptero avaliado em R$ 10 milhões é devolvido a Gritzbach

Duas lanchas, 22 imóveis que haviam sido bloqueados e 96 cédulas de crédito bancário também foram devolvidos

Lucas Martins

Um helicóptero airbus, avaliado em mais de R$ 10 milhões, foi devolvido no acordo de delação premiada do empresário Vinícius Gritzbach, que revelou detalhes sobre a lavagem de dinheiro do núcleo do PCC, investigado pelo Ministério Público paulista. 

O empresário revelou detalhes sobre a lavagem de dinheiro da organização criminosa, investigada pelo MPSP, que inclui os traficantes mortos Anselmo Cara Preta, Claudio Djoango e Rafael Maeda, o japa. Além de supostos empresários que, de acordo com a delação, participaram do sequestro de Vinícius: Danilo Lima, o tripa, e Robinson Granger, o Moly. 

O esquema gira em torno, principalmente, da negociação de imóveis de luzo e de jogadores de futebol. Ao menos dois deles negociados dentro do Corinthians. 

Entre os bens devolvidos a Gritzbah no acordo com o MP estão duas lanchas, 22 imóveis que haviam sido bloqueados e 96 cédulas de crédito bancário. Vinícius também se comprometeu a pagar multa de R$ 15 milhões em um prazo de 12 meses. 

O helicóptero é a ligação entre a organização criminosa desvendada pela Operação Tanque Sujo, e o núcleo de lavagem de dinheiro, que gira em torno de Gritzbach. 

A aeronave está em nome da empresa VMA, que possui as iniciais dos nomes dos três proprietários. O ‘V’ é de Vinícius; o ‘M’ do dono de uma indústria química em São Paulo e o ‘A’ de um dono de postos de combustíveis, de quem os investigadores apreenderam um computador usado para minerar criptomoedas. 

O helicóptero havia sido apreendido em uma investigação do DEIC de São Paulo sobre lavagem de dinheiro que supera R$ 2 milhões. A aeronave foi devolvida no acordo de colaboração premiada de Gritzbach com o MP, de acordo com a alegação de que foi comprado com dinheiro ilícito e que não pertencia a ele, mas à empresa VMA, da qual é sócio. 

No acordo de delação, Vinicius abriu mão de direitos constitucionais, ao silêncio e de não produzir provas contra ele mesmo. Ao contrário, é obrigado a confessar crimes que cometeu e apresentar provas. 

Gritzbach responde em liberdade pelos crimes de lavagem de dinheiro, que já confessou, e também pela acusação de ser o mandante do assassinato de Anselmo Bechello, o Cara Preta, e Antonio Corona Neto, o ‘Sem Sangue’. Ele nega o crime. 

A operação Tanque Sujo indiciou, por tráfico de drogas, um homem e uma mulher ligados a empresas donas de ônibus, onde carregamentos de cocaína foram encontrados e apreendeu milhares de documentos físicos e digitais. 

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