Advogado é suspeito de ser operador financeiro do PCC e de ter envolvimento na morte de delator

Ele também aparece em uma investigação apontado como articulador de um esquema de infiltração do PCC na política

Por Lucas Martins

PCC: advogado é suspeito de ser operador financeiro e de envolvimento na morte de delator
Reprodução/Brasil Urgente

Um advogado, acusado de ser o operador financeiro do PCC e um dos suspeitos da morte de Vinícius Gritzbach, São Paulo, está preso. Ele também aparece em uma investigação no Alto Tietê, apontado como articulador de um esquema de infiltração do PCC na política das cidades da região.

Ahmed Hassan Saleh, conhecido como Mudi, é apontado como um elo entre vários grupos do PCC para a lavagem de dinheiro. Ele é acionista de uma empresa de transporte coletivo na cidade de São Paulo para lavar dinheiro.

De acordo com a polícia, o delator do PCC havia entregue uma gravação na qual o advogado oferece R$ 3 milhões pela morte dele. Ele teria ligação com o homem que comanda um banco digital do crime.

Cerca de 19 empresas ligadas ao PCC movimentaram, por este banco, R$ 8 bilhões. O dinheiro financiaria parceiros da organização criminosa na disputa de uma vaga para serem vereadores nas cidades de Ubatuba, no litoral norte, Mogi das Cruzes e Santo André, na grande São Paulo.

Mudi também teria ligação com Anderson Lacerda, o gordão, que dirigia organizações sociais responsáveis por unidades de saúde particulares e até um hospital público sob concessão da prefeitura. Outro parceiro era o mega traficante foragido, André de Oliveira Macedo, o André do Rap.

Na operação Tácitus, a polícia cumpriu mandados de busca em uma mansão do advogado em Ubatuba, no litoral paulista. Foram apreendidos documentos, uma lancha, uma moto-aquática, jóias, armas e dinheiro.

A operação Tácitus revelou a localização de casas bomba, usadas para guardar drogas do PCC, mas, principalmente a existência de casas cofres, que guardavam fortunas de vários traficantes ligados à máfia das drogas. Parte deste dinheiro desapareceu, e o próprio Gritzbach foi apontado como responsável pelo sumiço.

O relatório da investigação da Polícia Federal diz que “Mudi tem conexões inquestionáveis com a organização criminosa” e que a lista de imóveis informada pelo delator do PCC reforça o envolvimento com lavagem de dinheiro, o que é confirmado pelas movimentações financeiras relacionadas pelo COAF em diversos casos.

Só em movimentações de dinheiro durante a investigação sobre infiltração nas eleições municipais, Mudi recebeu R$ 400 mil com “forte cheiro de maconha”, disse a PF ao se referir ao tráfico de drogas. 

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