Acusada de matar amiga trans diz a advogado que não cometeu o crime

Mulher trans Maryana Rimes disse ao advogado que amiga tomou sozinha o excesso de medicamento após cirurgia de mudança de gênero

Da redação

Mulher trans matou a amiga que passava por mudança de gênero Reprodução/TV Band
Mulher trans matou a amiga que passava por mudança de gênero
Reprodução/TV Band

O advogado da cantora Maryana Elisa Rimes, acusada da morte de Marcelo do Lago Limeira, disse que a cliente negou que tenha matado a amiga – vítima também era transexual e estava em processo cirúrgico de mudança de gênero –, apesar de confessar a ocultação do cadáver.

Maryana levou a polícia ao local onde tentou se livrar do corpo de Marcelo, numa chácara afastada em Campo Limpo Paulista, interior de São Paulo. Além de confessar que tentou queimar a amiga numa churrasqueira, ela usou uma enxada para bater no rosto da vítima, mas negou que a intenção fosse para desfigurá-la. 

“Ela assume parte da acusação, a da ocultação e outros delitos. A parte de homicídio, não, nem culposo, nem doloso”, disse o advogado Richard Luccas.

A criminosa disse, em depoimento, que Marcelo foi quem tomou sozinho os medicamentos em excesso e que, no dia seguinte, encontrou a amiga morta.

“Ela não deu o remédio. Ela estava lá e solicitou a ela porque estava tomando devido a dores. Aí ela falou que os remédios estavam lá. Eles tiveram uma discussãozinha e foi embora. No dia seguinte, ela encontrou já sem vida”, continuou o defensor.

Segundo o advogado, só depois de ver o amigo sem vida, ela decidiu dar fim ao corpo em vez de chamar a polícia.

“Na verdade, ela se desesperou. Como ela tomava conta dele e tinha proximidade, ela pensou que pensariam que ela que tinha matado. Ela nunca tinha cometido nenhum crime, se desesperou e acabou fazendo a ocultação”, pontuou Luccas.

Segundo a polícia, os áudios encontrados nos celulares de Maryana e Ronaldo Bertolini, este acusado de participar da ocultação, revelam que ambos já arquitetavam um plano para acabarem com a vida de Marcelo.

“A única coisa mesmo é que a gente precisa pensar bem seriamente como vai fazer a faxina, a organização dela para não sobrar para a gente futuramente nenhuma reciclagem”, disse Bertolini. O “fazer faxina” significaria não deixar vestígios.