O embaixador Ronaldo Costa Filho foi o 16º a discursar na sessão emergencial da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, nesta segunda-feira (28). Em seu discurso, o embaixador destacou que o Brasil se junta aos demais países na busca de uma solução diplomática.
“Brasil votou a favor da resolução no Conselho de Segurança, mas lamentamos que não foi adotado e acreditamos que o Conselho de Segurança ainda não terminou com sua influência e chance para uma solução diplomática para chegar a paz”, disse.
“A situação de maneira nenhuma justifica o uso de força contra a integridade territorial e soberania de qualquer membro da ONU. Vai contra o valor principal mais básico da Carta da ONU. É de interesse coletivo fazer de maneira conjunta tudo que possamos para paralisar e reverter as ações bélicas antes que seja tarde. O Brasil se junta a esses pedidos de imediato cessar-fogo na Ucrânia”, destacou em seu discurso.
O objetivo do encontro dos 193 países-membros é votar uma resolução que condene a ofensiva militar russa contra a Ucrânia.
Sergiy Kyslytsya embaixador ucraniano na entidade internacional disse que a Rússia perdeu 5 mil soldados. Ele também ressaltou que os ataques russos atingiram uma escola infantil, hospitais, bases de ajuda humanitária e uma ambulância.
Por outro lado, o embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, acusa o Ocidente de deturpar as notícias sobre as “reais razões que levaram ao conflito” contra a Ucrânia. Segundo ele, Moscou sofre sabotagem e ocorre genocídio na região de Donetsk e Luhansk, regiões ucranianas dominadas por separatistas.
“Também é importante mencionar que várias pessoas foram queimadas vivas na região de Donetsk e Luhansk. Várias pessoas foram mortas por atiradores. Ou seja, o conflito na região acontece há bastante tempo e foi o que nos levou a tomar essa posição”, disse Nebenzia.
A convocação da sessão emergencial foi aprovada no último domingo (27), pelo Conselho de Segurança, quando 11 países votaram a favor, incluindo o Brasil, os Estados Unidos e a França.
A Rússia foi contra a decisão, mas não tinha o poder de veto por não ser permitido esse tipo de procedimento. Três nações se abstiveram na votação: China, Índia e os Emirados Árabes Unidos.
O que for decidido na Assembleia Geral não causará impacto prático contra a Rússia por não ser vinculativa, mas terá peso político. A aprovação depende de dois terços favoráveis.