O Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que o Brasil pode optar pela aplicação em massa da primeira dose da vacina contra a covid-19 para conter a pandemia. O planejamento de uma segunda dose ficaria para depois. As informações são do Jornal da Band.
Pazuello esteve no Amazonas, um dos estados onde a situação do coronavírus é mais grave. Para anunciar uma mudança de estratégia, a ideia agora é priorizar a vacinação com uma dose, e não duas, como orientam os fabricantes. O imunizante de Oxford/Astrazeneca, em parceria com a Fiocruz, seria usado no Brasil mais para conter a pandemia do que para assegurar a imunização completa.
“Com uma dose, vai a 71%. 71%, talvez a gente entre para imunização em massa, é uma estratégia que a secretaria de vigilância em saúde vai fazer para reduzir a pandemia”, analisou o ministro.
Eduardo Pazuello não informou quando seria a segunda dose. A recomendação internacional é que a aplicação ocorra em um intervalo de até 12 semanas, para que a taxa de eficácia chegue aos 80% relatados à agência reguladora do Reino Unido.
No Brasil, mais de 21% dos documentos entregues pela Fiocruz já foram revisados pela Anvisa e aceitos, enquanto 63% seguem em análise e quase 15 por cento ainda estão pendentes.
A Coronavac, apesar de ter doses prontas, ainda tem mais dúvidas a serem esclarecidas. Pouco mais de 38% das informações foram encaminhadas e aceitas pela Anvisa. Cerca de 8% estão em análise, 485 estão pendentes e 5% não foram apresentadas.
Técnicos da Anvisa afirmam que não estão dificultando o registro da Coronavac e alegam que pediram exatamente os mesmos dados para a Fiocruz e o Butantan. A tendência, no entanto, é de que a primeira vacina a ser liberada no Brasil seja a de Oxford.
A Fiocruz já pediu a importação de 2 milhões de doses da Índia para iniciar o plano nacional de imunização em 20 de janeiro. O Ministério da Saúde informou que a vacinação pode começar até 4 dias depois do registro na Anvisa. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o vice-presidente do órgão disse que a produção nacional vai começar em fevereiro.
O vice-presidente Hamilton Mourão, que ficou 14 dias afastado com Covid-19, disse que vai se vacinar.
“Não vou furar a fila, a não ser que seja propaganda. Acho que a vacina é para o país como um todo, uma questão coletiva, não individual, o indivíduo aqui está subordinado ao coletivo”, disse.